Campanha VIVA e a Realidade do Trânsito no Brasil

Uma notícia que foi veiculada no site Observatório Nacional de Segurança Viária evidencia os motivos e os problemas com os quais a Campanha VIVA trabalha, além de mostrar também o motivo essencial de sua existência, a educação no trânsito como forma de evitar acidentes.

A notícia esta intitulada como “Brasil gasta mais de R$ 16 bilhões por ano com acidentes de trânsito”, e destaca todos os gastos que nosso País tem com acidentes no trânsito todos os anos. Desses 16 bilhões totais cerca de 10,7 bilhões são o custo das mortes, e 5,4 bilhões com feridos.

Essas são as consequências de não se investir em melhorias no trânsito e mais grave ainda, na educação. Em estatística, anualmente morrem cerca de 45 mil pessoas vítimas de acidentes de trânsito, sendo que 177 mil ficam feridas. Diante de tais números nos fica claro a relevância social e a atenção que campanhas educacionais no trânsito deveriam receber.

 A Campanha VIVA luta justamente por esses ideais, desde a sua criação em junho de 2014 mantém seus principais objetivos que é educar e conscientizar a população para um trânsito seguro. As mensagens veiculadas principalmente em outdoors levam emoção e reflexão às pessoas em um lugar em que elas geralmente não recebem esse tipo de mensagem, enquanto estão no trânsito.

Os painéis publicitários da campanha estão posicionados em BRs que cruzam várias cidades, abrangendo todo o estado de Santa Catarina. Em seus trechos anteriores a campanha levou suas mensagens próximo às cidades de Lages, Otacílio Costa, Agronômica, Rio do Sul, Xaxim, Catanduvas, Chapecó, Faxinal dos Guedes, Curitibanos, Joinville, Piçarras, Biguaçu, Tubarão e Criciúma.

A campanha inaugurou seu quarto trecho dia 13 de março e estará atuante até o dia 31 maio de 2015 com as peças publicitárias espalhadas pela BR 470 próximos as cidades de Apiúna, Ascurra, Ilhota e Blumenau.


(Outdoor localizado em Apiúna - imagem: Daniele Souza)

Os focos da campanha são o uso do celular e a ingestão do álcool no volante, que foram os pontos escolhidos pela diretoria como tópicos mais importes de atuação, pois são uma das principais causas de acidentes, e que podem ser evitadas simplesmente com o bom senso e consciência na hora de dirigir.

Na opinião de João Levandowski, conselheiro fiscal e coordenador da Comissão Riscos Pessoais, a melhor solução para esses problemas ainda é a educação. “A parceria com empresas e escolas deverá ser o caminho escolhido para que possamos atingir o maior número de pessoas possível, além de trabalhar medidas de curto, médio e longo prazo”, cita ele quando questionado sobre medidas futuras a serem desenvolvidas e o papel que a Comissão Riscos Pessoais desempenha sendo intimamente ligada a preservação da vida.

Para saber a opinião dos idealizadores dessa campanha, o Portal do SindsegSC já realizou algumas entrevistas e divulga agora a que foi realizada com João Levandowski. Leia abaixo a entrevista na íntegra:

1)     Que necessidades a campanha propõe suprir dentro do campo de atuação da Comissão?
Em todo o país estamos convivendo com estradas cada vez piores e em Santa Catarina a situação não é diferente. Muito pelo contrário, o fato de termos muitas estradas não duplicadas em regiões de grande concentração de veículos – por exemplo, as regiões de Blumenau, Jaraguá do Sul, Chapecó – torna ainda mais importante a atenção dos motoristas. Infelizmente temos percebido um crescimento muito grande no número de acidentes com mortes nesses trechos abordados pela campanha. A Comissão Riscos Pessoais busca conscientizar a população para conseguir reduzir estes altos níveis de mortes e invalidez decorrentes de acidentes de trânsito.

2)      Que pontos trabalhados você acha que teve maior resistência de aceitação das pessoas?
O uso do telefone celular ao dirigir é um ponto que encontra maior resistência. Apesar de estudos comprovarem o risco que este breve desvio da atenção traz ao motorista, não tenho a percepção de uma queda significativa no número de pessoas enviando mensagem de texto ou falando ao telefone enquanto dirigem.
 

3)      Que outras medidas poderiam ser adotadas na prevenção de acidentes e preservação da vida das pessoas além das campanhas até agora veiculadas?
Além da divulgação em massa, entendo que as empresas têm um papel fundamental no que diz respeito à prevenção de acidentes e preservação da vida.

Ao contrário do que ocorria há alguns anos, quando o maior índice de sinistros estava concentrado em acidentes dentro das empresas, atualmente temos uma concentração enorme de acidentes de trajeto (ida e volta ao trabalho) e fora do horário de trabalho (aos finais de semana, por exemplo).  Assim como fizeram para conter o grande número de acidentes dentro do local de trabalho, entendo que seja o momento de as empresas passarem a trabalhar este conceito do cuidado com acidentes fora do local de trabalho. Afinal, além de possíveis custos que as empresas possam vir a ter com estes acidentes, cada vez mais as empresas são valorizadas pela preocupação social e com o bem-estar de seus funcionários e suas respectivas famílias.                                                                                                                  

4)      Como coordenador da Comissão Riscos Pessoais, que pontos você acha importante melhorar para conseguir atingir uma parcela maior da população através da educação no trânsito? Como podemos através da educação mudar o cenário em que vivemos?
As escolas têm uma importância enorme neste processo quando pensamos em uma solução de longo prazo. Ao ensinar regras de trânsito para crianças, além de proporcionar um ambiente favorável para que se tornem futuros motoristas mais responsáveis, os pequenos exercem grande influência nos pais, chamando-lhes a atenção quando fazem algo de imprudente.

5)      Na opinião da comissão, a tendência de projetos aumentarem a conscientização das pessoas ao longo do tempo trará mudanças significativas, mesmo que novas políticas de trânsito não sejam adotadas?
Sim. A adoção de políticas de trânsito rigorosas é importante, mas a educação e a prevenção ainda são os melhores caminhos para que tenhamos uma melhoria significativa e permanente dos índices de acidentes.

6)      Segundo pesquisas, só no ano de 2014, 12 mil pessoas morreram vítimas de acidentes de trânsito, isso significa um óbito a cada 12 minutos. Que medidas ou propostas a Comissão de Riscos Pessoais pretende discutir futuramente para contribuir com a conscientização da população e diminuir essas estatísticas?
A comissão poderá contribuir muito com a elaboração e organização de campanhas de conscientização. A parceria com empresas e escolas deverá ser o caminho escolhido para que possamos atingir o maior número de pessoas possível, além de trabalhar medidas de curto, médio e longo prazo.

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Fonte: SindsegSC – Sindicato das Seguradoras