64% das empresas da América Latina apostam no trabalho remoto depois da pandemia, diz relatório

Foto; Luke Peters / Unsplash Images

A pandemia da covid-19 trouxe novas tendências para o mundo todo. Particularmente para as empresas da América Latina, que passam por uma constante transformação digital, as novidades devem começar a aparecer nas novas formas de trabalho. Mais companhias estão aceitando o trabalho remoto e acreditando que ele veio para ficar. De acordo com o relatório “Transformação Digital na América Latina – 2021”, conduzido pelo fundo de venture capital Atlantico, 64% das companhias latino-americanas devem apostar no trabalho completamente remoto a partir dos próximos anos, número que era apenas 9% antes da pandemia.

O levantamento, feito com líderes e profissionais de Recursos Humanos de 524 companhias da América Latina em julho de 2021, mostra que a mudança no conceito de local de trabalho deve ser gigante. Antes do período de lockdown, 69% das empresas adotavam o modelo presencial, seguidos por 25% do trabalho híbrido e apenas 9% nas atividades remotas.

Atualmente, o cenário é completamente diferente e as posições entre o primeiro e terceiro lugares se inverteram. Além de 64% das companhias estarem apostando no trabalho remoto, o número de empresas no modelo híbrido também aumentou, passando para 31%, e apenas 5% das empresas voltaram às atividades presencialmente.

De acordo com o managing partner do Atlantico, Julio Vasconcellos, a pesquisa mostra uma nova tendência que deve ser vista nos próximos anos. “O report mostra que o trabalho remoto é algo que vem agradando, tanto as empresas como os empregadores”, comenta Vasconcellos.

Dentro deste extrato do novo modelo de trabalho, os entrevistados foram questionados sobre a frequência que os empregados precisam estar no escritório depois da implementação do trabalho remoto. Do total, 40% afirmaram que precisam estar presencialmente apenas em reuniões externas e conferências e 22% disseram que precisam ir ao escritório apenas algumas vezes por mês.

Seguindo a onda do modelo híbrido, 13% afirmaram ter de ir às companhias de 3-5 vezes por semana e 21% de 1-2 vezes por semana. Apenas 4% afirmou não ter trabalhado remotamente neste período.

Novos funcionários, novas tendências

O relatório também traz outro estudo inédito, apontando a transformação da diversidade nos novos postos de trabalho depois da pandemia. Os entrevistados foram perguntados como foram as contratações desde o começo do trabalho remoto, indicando que 60% das novas aquisições representaram mais diversidade de gênero, seguido por diversidade socioeconômica (54%) e diversidade racial (33%).

As companhias também foram questionadas sobre as atividades dos seus empregados que trabalham remotamente e a forma que analisam algumas particularidades, como se eles atuam secretamente em mais de um trabalho ao mesmo tempo.

Do total, 33% das empresas acreditam que seus funcionários não possuem outras atividades em paralelo, seguidos por 30% de empresas que não sabem, 29% que sabem que os funcionários exercem atividades extras em outros períodos e 8% acreditam que seus funcionários realizam dois trabalhos concomitantemente.

O relatório “Transformação Digital na América Latina – 2021”

O avanço tecnológico na América Latina já vinha acontecendo com o passar dos anos. Os investimentos de capital, tanto de empresas locais como de companhias de outros países, era realidade, tanto que as perspectivas do setor vinham sendo otimistas. A pandemia da covid-19 traçou um novo panorama para os países dessa região, que nos próximos anos devem ser impactados, como mostra o relatório “Transformação Digital na América Latina – 2021”, divulgado pelo fundo de venture capital Atlantico, no dia 20 de setembro.

O documento aborda diversos aspectos da evolução tecnológica na América Latina, levando em consideração todo o fator pandêmico, abrangendo sua análise para diferentes setores que passam pelo processo de transformação digital.

Atlantico é um fundo de venture capital que investe em empresas de alto crescimento na América Latina. O fundo é liderado por Julio Vasconcellos, fundador do Peixe Urbano e primeiro representante do Facebook no Brasil. O fundo faz parte da mesma firma de investimentos do fundo Canary.


Fonte: JRS