China acelera na corrida pela Inteligência Artificial Generativa - e como o mercado de seguros pode se beneficiar com a disputa

A China está acelerando a corrida da Inteligência Artificial Generativa, reduzindo os custos de desenvolvimento e ameaçando a hegemonia das big techs americanas.

Com o lançamento do DeepSeek, um modelo de IA de código aberto e barato, o país demonstra que pode contornar restrições de chips impostas pelos Estados Unidos e ampliar sua presença no mercado global.

A novidade chegou logo após o anúncio do maior projeto de infraestrutura de Inteligência Artificial da história, lançado nos primeiros dias do governo Trump. O cenário indica que a vantagem dos EUA sobre a China nunca foi tão frágil, desde que o ChatGPT popularizou a IA Generativa.

Código aberto significa que o código-fonte está disponível publicamente, permitindo que qualquer pessoa o use, modifique e adapte.

O impacto do DeepSeek no mercado

A revelação do DeepSeek surpreendeu os mercados globais, impactando ações de empresas de tecnologia. Especialistas apontam que essa movimentação pode redefinir o equilíbrio de poder na indústria e questionar a eficácia das sanções tecnológicas americanas.

Mas afinal, o que torna o DeepSeek tão disruptivo?

  • Baixo custo de desenvolvimento:

Ele é treinado com 2 mil chips de segunda classe, enquanto modelos como o da Meta utilizam 16 mil chips de alta performance.

Custo total: menos de US$ 6 milhões, contra dezenas de milhões nos EUA.

Código aberto: qualquer empresa americana pode replicar suas técnicas.

  • Escala e novos players:

O modelo QwQ, do Alibaba, já está próximo dos melhores modelos americanos.

Empresas chinesas, mesmo sem chips de última geração, encontram maneiras de otimizar eficiência e custo.

Países interessados em ter seus próprios modelos de IA agora podem adotar soluções chinesas acessíveis.

A pressão pelo desenvolvimento de modelos específicos e eficientes tende a crescer.

O que está em jogo na corrida pela (super)inteligência artificial?

A disputa pela liderança global em IA vai além da tecnologia e impacta geopolítica, economia e segurança militar. Especialistas alertam que, se a China se mantiver próxima da fronteira da inovação, pode ser a primeira a alcançar a superinteligência artificial — um avanço que mudaria drasticamente o equilíbrio de poder mundial.

 Principais implicações:

  • Vantagem estratégica: uma IA superinteligente poderia fortalecer o poder militar e econômico da China
  • Influência política: a adoção global de tecnologias chinesas pode ampliar o alcance do Partido Comunista Chinês
  • Nova dinâmica de mercado: empresas e governos podem optar por modelos chineses mais baratos, mudando o cenário competitivo

Se a China continuar inovando para contornar barreiras tecnológicas, os EUA terão que reavaliar sua estratégia para evitar uma perda definitiva de liderança na IA. Enquanto isso, a disseminação de modelos de código aberto e baixo custo pode criar um cenário mais fragmentado e competitivo no setor.

 O mercado de seguros e o fututo da Inteligência Artificial Generativa

O cenário da corrida pela melhor e mais barata IA Generativa tem implicações importantes para o mercado de seguros, especialmente em áreas como precificação de risco, automação de atendimento e detecção de fraudes:

  • Automação e Atendimento ao Cliente

Com modelos de IA generativa mais acessíveis e poderosos, seguradoras poderão aprimorar chatbots, assistentes virtuais e atendimento automatizado. A redução dos custos de desenvolvimento pode acelerar a adoção de soluções mais sofisticadas, aumentando a eficiência operacional.

  • Precificação de risco mais precisa

O avanço da IA generativa na China pode influenciar como seguradoras analisam grandes volumes de dados para calcular riscos e definir prêmios de seguro. Modelos de IA mais baratos e eficientes permitirão que mais empresas, inclusive pequenas seguradoras, adotem tecnologias avançadas para personalizar apólices.

  • Combate a fraudes e Segurança Cibernética

A crescente sofisticação da IA significa que fraudes baseadas em deepfake e falsificação de documentos podem se tornar um problema mais crítico. No entanto, o mesmo avanço pode ser usado pelas seguradoras para identificar padrões fraudulentos de forma mais rápida e eficaz.

  • Expansão de mercado e modelos regionais

Com a China oferecendo IA generativa de baixo custo e código aberto, seguradoras de países emergentes podem adotar essas soluções para desenvolver modelos específicos para seus mercados, acelerando a inovação no setor.

  • Impacto na regulação e Compliance

Se modelos chineses se tornarem dominantes no setor financeiro e de seguros, reguladores ao redor do mundo precisarão reavaliar normas de proteção de dados, uso de IA e segurança da informação, garantindo que empresas sigam diretrizes confiáveis e éticas.

A ascensão da China na IA generativa não afeta apenas as big techs americanas, mas também o ecossistema global de seguros, que depende cada vez mais de Inteligência Artificial para ganhar eficiência e oferecer experiências melhores aos clientes.

Fonte: CNseg | Notícias do Seguro