Em Brasília, setor de seguros reforça papel da educação financeira na proteção social durante a ENEF

Crédito foto: Julia Senna


A 12ª Semana Nacional de Educação Financeira começou oficialmente nesta segunda-feira (12), em Brasília e quem assumiu o protagonismo do primeiro dia foi o mercado de seguros. A CNseg e suas federações participaram ativamente da programação do primeiro dia do evento, que contou com a presença de autoridades da Susep, do Ministério da Educação e de entidades do setor.

Sob o tema “Seguros para Todos: educação financeira, vulnerabilidade socioeconômica e seguros inclusivos”, o encontro reforçou o papel do seguro como ferramenta de proteção e cidadania. “Se você acha a educação cara, experimente a ignorância”, provocou Ney Ferreira Dias, presidente da FenSeg. A frase, atribuída a um ex-reitor de Harvard, foi usada pelo executivo para reforçar como a falta de conhecimento tem impacto direto na vida das famílias. “O seguro nos ajuda a lidar com intempéries naturais e socioeconômicas que podem destruir vidas”, completou.

O presidente da CNseg, Dyogo Oliveira, fez um discurso contundente. “Hoje talvez o maior programa que podemos fazer pelo Brasil é lidar com questões financeiras”, disse. “O país penaliza, quase de forma cruel, quem não tem acesso à educação. Justamente quem não pode perder um bem, é quem não tem seguro.”

Capitalização e previdência também são educação

Douglas Duran, vice-presidente da FenaCap, destacou que “a capitalização estimula a disciplina financeira e se tornou ainda mais versátil desde o marco regulatório de 2018”. Segundo ele, o setor já reúne 17 empresas ativas em todo o país e movimentou R$ 41,5 bilhões em reservas técnicas em 2024.

Já Bernardo Castello, da FenaPrevi, lembrou o papel do seguro de vida durante a pandemia. “Mesmo com cláusulas excludentes, mais de 120 mil famílias receberam indenizações. Essa é uma semente que plantamos para outras gerações colherem.

Gamificação, inclusão e linguagem acessível

Airton de Almeida Filho, da Susep, apresentou dados de um mapeamento feito com empresas supervisionadas e defendeu o uso de estratégias lúdicas para engajar o público mais jovem. “A gamificação é um grande potencial a ser explorado”, afirmou.

No segundo painel, a diretora da Susep, Júlia Lins, trouxe reflexões práticas: “As pessoas que mais precisam de seguro não têm acesso. O seguro tem que estar lá para amparar quem não pode ser pego de surpresa”. Ela também abordou os desafios de simplificar a linguagem sem comprometer a clareza técnica. “Já tentei contratar um seguro simples e não entendi nada. Se eu, como reguladora, tive dificuldade, imagine o consumidor.”

A superintendente de Comunicação e Marketing da CNseg, Carla Simões, moderou os debates e provocou reflexões importantes sobre a relação do setor com a sociedade. “Como a gente transforma a linguagem do seguro para que a classe C ou D possa entender o que está comprando?”, questionou. Carla também destacou a urgência de conectar o seguro com a vida cotidiana. “Como convencer a sociedade de que ter um seguro de celular, por exemplo, é importante e acessível?

Cultura de proteção e longevidade

O terceiro painel do dia voltou-se para a previdência complementar e o futuro da população brasileira. “Estamos passando por uma transformação no perfil econômico do país. Em 2040, o número de ativos será menor — e isso é logo ali”, afirmou Narlon Nogueira, do Ministério da Previdência Social. Ele defendeu a educação financeira e previdenciária como instrumentos essenciais para enfrentar esse cenário.

Paulo Miller, da Susep, reforçou a importância de produtos adequados à diversidade de perfis brasileiros. Já Alcinei Rodrigues, da Previc, destacou que “o maior desafio é sensibilizar as pessoas a pensar no longo prazo. Não adianta termos bons produtos se a mentalidade ainda é imediatista.


Fonte: JRS.Digital

Crédito texto: Julia Senna