Palestra sobre Seguros Vida e Previdência
Marcelo Gomes Teixeira, Head of Insurance da HSBC Seguros (Brasil), citou Stephen Green ao iniciar sua palestra: “O Futuro da Aposentadoria é um projeto extremamente importante e emocionante – é o estudo mundial mais completo das atitudes globais sobre envelhecimento e aposentadoria– examinando temas que afetam todos nós em três áreas fundamentais de nossas vidas: trabalho, dinheiro e planos para o futuro.”
Ele iniciou sua exposição focando o futuro da aposentadoria. Segundo pesquisa mundial realizada pelo HSBC (www.thefutureofretirement.com):
As pessoas:
· querem financiar suas aposentadorias por meio de poupança adicional imposta pelo governo, em vez de pagar mais impostos ou receber pensões menores;
· não acreditam mais que os governos isoladamente proverão para sua subsistência na velhice;
· desejam cada vez mais ter alguma atividade durante sua aposentadoria, em vez de apenas descansar;
· na maioria esmagadora, rejeitam a aposentadoria compulsória por idade;
· à medida que envelhecem, cada vez mais exigem condições de trabalho flexíveis;
· consideram família, amigos e a aptidão física mais importantes do que o dinheiro para uma velhice feliz.
Os empregadores:
· acham que os empregados devem poder continuar trabalhando independentemente de idade, desde que sejam capazes de fazer um bom trabalho;
· dizem que os trabalhadores mais idosos são tão produtivos quanto os mais jovens;
· acham que muito pouco está sendo feito para conservar as aptidões e a experiência dos trabalhadores mais idosos;
· entendem que as aspirações de aposentadoria dos "formadores de tendência" nas economias em transição estão começando a convergir com as das economias mais adiantadas. Mas, segundo Teixeira, poucos empregadores, grandes ou pequenos, estão realmente preparados para a escassez global de aptidões que se aproxima, causada pelo envelhecimento da população.
Ele relatou que estes estudos tiveram início em 2005 e revelaram que as expectativas das pessoas ao redor do mundo em relação ao envelhecimento e à vida no futuro eram positivas. “Quanto à maneira de se aposentar, pessoas querem mais flexibilidade e liberdade do que os empregadores e as leis geralmente permitem”, acrescentou.
O QUE O BRASIL QUER
Teixeira informou que no Brasil a pesquisa envolveu 1.000 pessoas e 300 empregadores, todos do setor privado e de áreas urbanas. As respostas foram organizadas em torno de cinco perguntas: o que é aposentadoria; como nós pagaremos por ela; quando devemos nos aposentar; como se comparam os trabalhadores mais velhos com os mais jovens; empregadores e empregados pensam de forma semelhante?
Os resultados foram os seguintes:
· Mais da metade dos disse que o governo deve financiar suas aposentadorias e poucos disseram que deve ser responsabilidade das pessoas;
· Existe um grande “gap” de confiança no Brasil: muito menos pessoas confiam que o governo pagará aposentadorias em comparação com as que acham que ele deve pagar;
· As idades dadas por brasileiros como ideais são menores do que na maioria dos outros países: uma diferença de mais de cinco anos entre homens e mulheres;
· Em contradição, brasileiros não se consideram trabalhadores idosos até ultrapassarem a idade típica de aposentadoria por uma margem de seis anos para as mulheres e dois para os homens;
· Família e amigos são vistos como mais importantes para uma velhice feliz do que no resto do mundo. O mesmo acontece com religião;
· A aposentadoria é vista como um tempo para descansar mas, se planeja assumir várias atividades, incluindo trabalho. Muitos acham que a forma ideal de aposentadoria é a combinação de trabalho e lazer;
· Embora empregadores vejam os trabalhadores idosos de forma positiva, poucos oferecem oportunidades de trabalho com carga horária reduzida;
· Obrigatoriedade do governo na formação de poupança privada para custear as aposentadorias é mais popular entre os empregadores do que entre os empregados.
PANORAMA ATUAL E PERSPECTIVAS
O palestrante traçou o seguinte cenário macro-econômico: crescimento limitado do PIB devido à insuficiência de investimentos públicos; infra-estrutura subdimensionada; limitações da poupança; inflação sob controle, com tendência de queda; tendência de estabilidade nos preços; juros elevados com tendência de queda; liquidez estável destinada, principalmente, ao crédito consignado e consumo interno; investimentos estáveis mas, ainda insuficientes para sustentar um crescimento maior do PIB. Completando, traçou as seguintes tendências para os seguros de pessoas:
Vida Individual
· Sofisticação dos produtos oferecidos às classes A e B;
· Ampliação dos canais de distribuição de produtos destinados às classes C e D;
· Fortalecimento de produtos nivelados e vida toda (whole life).
Vida em Grupo
· Pouca inovação;
· Margens de lucratividade sempre baixas;
· Maior transparência, devida ao marco regulatório vigente;
· Intenso crescimento dos “prestamistas”, com diversificação de coberturas e redução das margens de lucro.
Previdência Privada
· A redução da taxa de juros básica conduz à redução das taxas de administração e margens de lucro;
· Produtos e legislação consolidados;
· Crescimento expressivo de contribuições;Consolidação do negócio e dos relacionamentos de longo prazo.