Susep não crê que crise contagie setor

A crise econômica gerada nos Estados Unidos e que abala o mundo foi o assunto predominante na abertura do 13º Congresso dos Corretores de Seguros, nesta quinta-feira, em São Paulo. O desenrolar dos acontecimentos no mercado financeiro mundial e suas conseqüências no Brasil, particularmente na área de seguros, preocupa lideranças e autoridades dos setor, que, no entanto, preferiram manter teor otimista em seus discursos. O mercado de seguros cresceu 17% até agosto e novamente deve ficar, este ano, entre os segmentos que mais crescem na economia brasileira, sustentou o presidente da Federação Nacional dos Corretores de Seguros (Fenacor), Roberto Barbosa, para que a crise não se refletirá na atividade de seguros. Ele mantém a expectativa de que o setor chegue a representar 4% do Produto Interno Bruto (PIB) ao final deste exercício e até 6%, em 2011. Já o presidente do Sindicato dos Corretores de Seguros de São Paulo (Sincor-SP), entidade que organiza o Conec, Leoncio de Arruda, salientou que o cenário adverso possibilita aos corretores de seguros discutirem e entenderem esta grande crise internacional. Segundo ele, o problema enfrentado pela seguradora AIG, nos Estados Unidos não afetará em quase nada internamente. De acordo com Leoncio de Arruda, o Conec , que termina neste sábado, discutirá os efeitos da crise, além das perspectivas da profissão e do mercado brasileiro. Ele estima que mais de seis mil profissionais participem do encontro. SOB CONTROLE - O titular da Superintendência de Seguros Privados (Susep), Armando Vergilio dos Santos Júnior, repetiu no Conec o discurso tranqüilizador que vem adotando nos últimos dias. Para ele, não há qualquer possibilidade de acontecer no Brasil algo parecido com o que ocorre nos Estados Unidos, onde algumas seguradoras, inclusive de grande porte, enfrentam dificuldades por terem aplicado suas reservas técnicas em títulos de alto risco. Aqui a aplicação das reservas é muito rígida e controlada pela Susep, observou Armando Vergilio. As últimas estatísticas da Susep mostram que em agosto o mercado segurador manteve o forte crescimento que vem sendo observado desde o começo do ano. Nos oito primeiros meses do ano, as seguradoras faturaram R$ 44 bilhões, valor 17,3% maior que o apurado em igual período de 2007. A estatística não inclui dados referentes ao ramo saúde, que está sob a jurisdição da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS). Os sinistros retidos acumulados até agosto somaram R$ 12,101 bilhões, com incremento de 7,6% na comparação com igual período do exercício passado. (Clipp-Seg Online/Jornal do Commercio)