Captação de planos de capitalização ignora crise e sobe 7% em outubro. No ano, alta é de 13%

A crise financeira internacional não ofuscou a trajetória de expansão do mercado de capitalização. Dados da Federação Nacional de Capitalização (FenaCap), entidade que reúne as 12 maiores empresas do setor, constataram um faturamento no mês de outubro de R$ 792,8 milhões, 7% acima do apontado no mesmo mês de 2007. As classes C e D são as maiores responsáveis por esse crescimento. Há atualmente no mercado cerca de 100 milhões de títulos ativos. No acumulado de janeiro a outubro deste ano, a receita chega a R$ 7 bilhões, 13% acima do apontado no ano anterior. As reservas também apresentaram forte expansão. No décimo mês de 2008, a cifra chega a R$ 13 bilhões, 14% superior ao ano passado. Levantamentos realizados pela FenaCap apontam que o produto Tradicional ainda é a preferência do consumidor, absorvendo 89% do mercado. Essa demanda deve-se principalmente à adequação das parcelas no orçamento familiar e a abrangência de locais onde pode ser adquirido, como: agências bancárias, casas lotéricas, corretores, lojas de departamento, redes varejistas e empresas de cartões de crédito. Cerca de 80% dos consumidores chegam até o fim dos contratos sem antecipar o resgate do dinheiro, o que mostra uma compreensão maior quanto à finalidade do produto. O maior número de consumidores ainda se concentra na região Sudeste do País, com mais de 50% de representatividade: São Paulo possui 37% da carteira por conta de um faturamento de R$ 2,3 bilhões, Rio de Janeiro com 11% e acúmulo de R$ 677 milhões, enquanto Minas Gerais totaliza 9% e R$ 579 milhões. Para o presidente da entidade, Ricardo Flores, a capitalização deve ser pouco prejudicada pelo cenário econômico, em relação a outros setores. “É claro que se houver uma redução no crescimento do país, isso se refletirá no faturamento e no total de reservas. Mas o setor não sofrerá problemas de confiança. O título de capitalização é um instrumento financeiro que permite ao titular participar de eventos de risco, mas de uma posição defensiva, em que a possibilidade de ruína é nula”, avalia o executivo. Por conta da crise financeira, as previsões de fechamento para 2008 e 2009 foram revistas. “Agora esperamos fechar 2008 somando R$ 9,2 bilhões no faturamento, o que representa um crescimento de 15,7%”, afirma Hélio Portocarrero, diretor-executivo da FenaCap. (Fenaseg Online)