Previdência privada ganha mercado
Não há novidade no fato de que o setor de previdência privada tem demonstrado grande vigor e crescimento contínuo no Brasil. Hoje, nosso país possui um sistema regulatório firme, que tem permitido a constituição de fundos sólidos, com destaque para os de entidades fechadas de previdência complementar (EFPCs) representantes de grandes empresas de capital misto.
O que vale destacar é que os fundos de previdência complementar aberta, oferecidos por empresas seguradoras, estão ganhando fôlego e alguns já dispõem individualmente de recursos equivalentes a algumas das maiores entidades fechadas.
A novidade, divulgada a partir de dados de um estudo publicado pela imprensa neste mês de maio, nos mostra o fortalecimento da cultura previdenciária entre os brasileiros, interessados em garantir renda complementar ao se aposentarem, e entre as empresas que oferecerem mais esse benefício à cesta de remuneração de seus colaboradores. O referido estudo aponta que de 2005 a 2008 os ativos das entidades abertas de previdência complementar (EAPCs) passaram de 16% para 25% dos recursos totais do mercado de fundos de previdência privada.
No último mês de março, os fundos de previdência privada aberta obtiveram captação recorde, equivalente a R$ 2,9 bilhões, um crescimento de 20,51% em relação ao resultado de março de 2008. O destaque setorial ficou com os planos empresariais, que tiveram um crescimento de 44,02% no período. É interessante ressaltar que o avanço do segmento empresarial é estimulado também pelo fato de algumas empresas estarem optando por trocar seus planos fechados de previdência por alternativas oferecidas no mercado aberto, com a criação de novos planos e custos administrativos. Isso não reduz a importância dos fundos de pensão, nem do crescente interesse do público pelas opções de previdência complementar abertas, ressaltando que os planos individuais privados também cresceram significativamente (15,61%) no mesmo período.
De acordo com a Fenaprevi - Federação Nacional de Previdência Privada e Vida -, os fundos abertos de previdência privada acumulavam R$ 152 bilhões em carteira no mês de março de 2009. Apesar de a concorrência com as EFPCs ser difícil de equilibrar, já que gigantes como o Previ (fundo de previdência dos funcionários do Banco do Brasil) possuem ativos na casa dos R$ 120 bilhões, os maiores fundos abertos rivalizam em ativos com outras grandes entidades fechadas, como a Petros, dos funcionários da Petrobras (segunda maior do mercado).
Embora algumas empresas contribuam paritariamente com os seus funcionários, é interessante perceber que o crescimento dos fundos abertos de previdência privada é alimentado especialmente com recursos dos participantes, aportando valores fixos ou fazendo depósitos regulares. Já os fundos fechados contam, em sua grande porção, com a coparticipação dos patrocinadores, isto é, com uma porcentagem dos depósitos viabilizada pelas empresas, paralelamente às contribuições dos empregados.
Os números da previdência privada no Brasil são exemplos da evolução e do amadurecimento dos brasileiros em relação ao planejamento do futuro, sendo a cada dia mais conscientes da necessidade de organizar suas finanças e empenhados em garantir melhores condições pessoais para a aposentadoria.
Fonte: Segs Portal Nacional