100 milhões de consumidores em dois anos
A entrada do microsseguro no mercado brasileiro deve movimentar mais de R$ 1,5 bilhão e atingir 100 milhões de microssegurados nos dois primeiros anos. Essa é a expectativa da Susep (Superintendência de Seguros Privados), órgão ligado ao Ministério da Fazenda, que está à frente das definições sobre o produto.
O microsseguro ainda não existe no país, mas a proposta da Susep é que ele seja uma ferramenta de proteção para pessoas de baixa renda.
O produto terá formatos para assegurar vida, residência e bens de pequeno valor de pessoas carentes, com custo e prêmio adaptados para elas, segundo o diretor da Susep, Alexandre Penner.
Estudos para definir as características, a forma de comercialização e o público-alvo do microsseguro já estão em estágios avançados na Susep, de acordo com Penner. O que falta para iniciar as vendas é a aprovação do Congresso Nacional, no qual já existe um projeto de lei em trâmite. A expectativa de Penner é que a regulamentação seja definida no ano que vem e que o produto comece a ser vendido até 2011.
"Será diferente de um seguro popular, que é vendido a preços baixos, mas pode ser adquirido por pessoas de qualquer classe social. O microsseguro será específico para pessoas excluídas da sociedade, com renda baixa ou ligadas ao mercado de trabalho informal", afirma Penner.
Para vender o produto, o projeto da Susep prevê a criação de um canal mais acessível à população de baixa renda, semelhante aos correspondentes bancários, como cadastramento de microcorretores em favelas. A expectativa é que em cinco anos sejam criados 20 mil empregos nesse setor.
Os produtos serão emitidos por microsseguradoras ou seguradoras que abrirem uma unidade separada para a operação. Para incentivar o mercado, o governo oferecerá facilidades tributárias a essas empresas, diz Penner. "O microsseguro foi estruturado para ser um produto lucrativo".
Fonte: Folha de São Paulo