Aumenta demanda por seguros para emissão de ações

Com reaquecimento do mercado acionário, seguradoras têm cinco ofertas públicas no forno. A abertura de capital de uma empresa contabiliza horas de trabalho em reuniões com bancos de investimento, advogados, auditores, contadores e uma infinidade de informações. Uma vez o prospecto da oferta na rua, há riscos de a empresa e seus dirigentes serem demandados por acionistas ou pelos órgãos regulatórios em função das informações prestadas durante a oferta seja no prospecto, nos documentos atrelados a ele ou no road show. É esse risco que o POSI (Public Offering Securities Insurance) cobre. Esse seguro ainda é pouco conhecido no Brasil, mas é muito comum nos Estados Unidos e Europa, conta Rafael Yamato, gerente de Linhas Financeiras da Zurich. Lá fora qualquer tipo de oferta eles já fazem seguro, aqui às vezes a empresa nem sabe que esse seguro existe, completa o gerente de Linhas Financeiras da Ace Brasil, Adriano cor leto. O POSI cobre a companhia emissora, os diretores e conselheiros, o acionista vendedor e o controlador, além das responsabilidades no underwriting agreement (acordo entre a companhia emissora e os banqueiros de investimento subscritores quanto às condições da operação). A Zurich e a Ace são as duas únicas seguradoras que oferecem o POSI no Brasil e têm sentido um aumento das cotações para esse tipo de seguro. Apesar de o seguro existir há dois anos no Brasil ele ficou travado durante um ano e meio por causa da crise neste ano com o reaquecimento do mercado acionário. Só neste ano, foram registradas 18 ofertas primárias e secundárias na Comissão de Valores Mobiliários (CVM), que juntas captaram R$ 24,9 bilhões. Hoje, 11 empresas possuem pedido de oferta em análise na autarquia. História As duas seguradoras lançaram o produto em meados de 2007, quando as ofertas públicas estavam bombando na Bovespa. Por ter uma relação muito próxima com o mercado financeiro, apesar desse seguro existir há dois anos no Brasil ele ficou travado durante um ano e meio por causa da crise, explica cor leto. Nesses dois anos a Zurich fechou 12 apólices de POSI e tem mais três quase fechadas. Cobrimos captação desde R$ 300 milhões até bilhões de reais, diz Yamato, que não pode mencionar os nomes das empresas seguradas por conta da confidencialidade dos contratos. A Ace segurou sete emissões e está fechando com duas empresas que estão com a emissão no forno. Apesar da percepção do risco ter aumentado a percepção de seguro ainda não, avalia cor leto. Emissão de dívida O gerente da Ace acrescenta que o POSI oferecido pela seguradora também cobre emissão de dívida privada, como debêntures e bônus. Ele serve para qualquer tipo de oferta pública que exige prospecto, esclarece. Fonte: Brasil Econômico