Susep projeta forte expansão do mercado segurador em 2010

O encontro que reuniu cerca de 260 pessoas para a confraternização de fim de ano do mercado segurador, nesta quarta-feira (16), no Centro do Rio de Janeiro, deixou um saldo de boas notícias. A mais relevante é que a crise financeira mundial foi de fato "uma marolinha" para o setor, tendo em vista que a receita das seguradoras (menos operadoras de saúde), entidades de previdência privada, planos de capitalização e resseguros vai fechar o ano com um crescimento da ordem de 12%, na casa de R$ 100 bilhões, informou o titular da Superintendência de Seguros Privados (Susep), Armando Vergilio dos Santos Júnior, homenageado pela CNSeg, em razão do conjunto de iniciativas em prol do fortalecimento do mercado.   A taxa anual, abaixo um pouco da apresentada em 2008, de 17%, demonstra, na avaliação de Vergilio, que a crise afetou muito pouco o desempenho do mercado. Vergilio chegou a afirmar que bom comportamento do setor contribuiu até para a gradual reação do PIB neste ano. E a perspectiva é ainda melhor no próximo ano. Pelas contas de Armando Vergilio, a expansão do mercado segurador alcançará algo entre 16% e 20%, aproveitando-se da reação firme da economia brasileira em 2010, que deverá crescer pelo menos 5%.   As projeções do mercado também são positivas. O vice-presidente da FenaSaúde, Gabriel Portela, que representou o presidente Heráclito de Brito Gomes na solenidade, afirma que o cenário econômico será mais favorável para as operadoras de saúde em 2010, sobretudo pela perspectiva da criação de mais empregos. Ele lembra que, em 2009, o mercado de saúde suplementar foi afetado pelo aumento das demissões no Brasil e maior utilização dos planos (via consultas e internações), o que elevou os custos das operadoras, ainda mais com a adoção do novo rol de procedimentos e da portalibilidade para os planos de pessoas físicas.   Na capitalização, o ano de 2009 deixará saudades. No acumulado até outubro, o faturamento totalizou R$ 8,1 bilhões,  crescimento de 12% em relação ao mesmo período do ano passado, informou o presidente da Federação Nacional de Capitalização (FenaCap), Ricardo Flores, para quem 2010 deverá ser ainda mais proveitoso para o mercado.   O presidente da  FenSeg, Jayme Brasil Garfinkel, admite que o cenário econômico previsto para 2010 é positivo para as vendas de seguros patrimoniais, mas adverte que o mercado precisa permanecer unido contra ameaças que podem minar a perspectiva de forte expansão. RESSEGURO Armando Vergilio está certo também de que as empresas de resseguros vão acirrar a disputa no setor no próximo ano, em virtude de uma crescente normalização do quadro mundial, gerando assim a esperada concorrência de preços e de criação de novas coberturas, fatores essenciais tanto para a expansão de alguns nichos de mercados quanto para a exploração de novos.   O superintendente lembrou que mais de 100 empresas de resseguros estão presentes no mercado brasileiro, depois da estreia do livre mercado, em abril do ano passado. Para ele, o número tão expressivo de empresas é a maior prova do acerto da regulamentação do resseguro. Desse total, seis são resseguradoras locais ("serão sete brevemente"); 20, admitidas;  40, eventuais, além das 32 corretoras de resseguros cadastradas para operar no mercado brasileiro.     Armando Vergílio acredita também que o ritmo de incursão do seguro no segmento de baixa renda vai se acelerar no próximo ano, sobretudo com a estreia do microsseguro, provavelmente em abril. Apesar do mercado potencial de negócios, de 80 milhões a 100 milhões como público-alvo, é a perspectiva de reduzir as vulnerabilidades da população de baixa renda o que mais é destacado pelo superintendente."Reafirmo a minha convicção de que o microsseguro é muito mais do que um seguro popular de baixo custo. É uma ferramenta de inclusão e proteção social. Pois, se o microcrédito permite conquistas financeiras e patrimoniais para as camadas mais pobres da população, o microsseguro garantirá a manutenção do que foi conquistado e até o pagamento do crédito disponibilizado. Trata-se de uma modalidade de proteção que atenderá a algumas dezenas de milhões de novos consumidores de seguros, contingente maior que as populações de inúmeros países", afirma ele.   O superintendente acrescentou ainda que, em breve, também serão regulamentados o Prev Saúde e o Prev Educação."São produtos de acumulação cujo foco está direcionado para assegurar um futuro  tranquilo para o poupador e seus familiares", lembrou ele, para quem, com esses produtos, "estaremos fechando um ciclo importante – e talvez sem precedentes – na história do mercado brasileiro".   HOMENAGEM No almoço de confraternização, ocorrido no restaurante do Jockey Club do Rio de Janeiro, todo o mercado aproveitou para prestar homenagem ao presidente da CNSeg, João Elisio Ferraz de Campos. Antonio Cássio dos Santos,  da FenaPrevi, agradeceu pelo apoio incondicional que sua entidade recebeu da CNSeg. Para ele, os grandes projetos da FenaPrevi não teriam sido executados não fossem o apoio, o carinho e a resignação do presidente da CNSeg.    O vice-presidente da FenaSaúde, Gabriel Portela, que representou o presidente Heráclito de Brito Gomes na solenidade, também exaltou a liderança do presidente da CNSeg, assim como o presidente da Fenseg, Jayme Garfinkel, ao agradecer a "compreensão, gentileza e amizade do presidente João Elisio". Em linha, o presidente da FenaCap, Ricardo Flores, afirmou que João Elisio é um grande líder do mercado.   O titular da Superintendência de Seguros Privados (Susep), Armando Vergilio, também reconheceu a liderança exercida pelo presidente João Elisio Ferraz de Campos, destacando o fato de ter conduzido  setor até um lugar de destaque no cenário econômico do País, com o progressivo aumento da participação no PIB, que era de 1% quando João Elisio à Fenaseg,  e passa dos 3,3% hoje e reúne todas as condições para crescer muito mais nos próximos anos", destacou ele.   Na sequência, Armando Vergilio lembrou que João Elisio também comandou o processo de reformulação do quadro institucional do mercado, a partir da criação da CNSeg e das quatro federações: FenSeg, FenaPrevi, FenaSaúde e FenaCap."Essas mudanças representam o alicerce que sustentará a tão aguardada decolagem definitiva do mercado nacional. Amigos, o futuro nos reserva muitas janelas de oportunidades. Saber abri-las para usufruir tudo de bom que surgirá é o nosso maior desafio", acrescentou ele. Fonte: Fenaseg