Artigo: Precisa-se de profissionais qualificados

Empresas internacionais comemoram a aposta no mercado brasileiro anunciando que hoje faturam em 15 dias o que faturavam por ano em 2000. O Banco do Brasil tem a expectativa de que a área de seguridade dobre a participação do lucro do conglomerado, passando a representar 25% do ganho do banco já em 2012.Para se ter uma ideia do potencial no Brasil, a participação do setor de seguros no Produto Interno Bruto (PIB) foi de pouco mais de 3% em 2009. Nos Estados Unidos, o volume representou quase 9% do PIB. Na África do Sul, o ramo foi responsável por 15% do PIB no ano passado. Somos a 8ª maior economia do mundo e em seguros estamos em 17º lugar. Que ninguém se engane em deixar que o otimismo se confunda com tranquilidade.Há desafios a serem enfrentados com trabalho árduo e planejamento estratégico. Para alcançar este que se desenha como o grande filão da economia brasileira nos próximos anos é preciso investir em tecnologia, relacionamento e, sobretudo, em capacitação de mão de obra.A expressiva demanda por profissionais qualificados é hoje um dos principais gargalos deste mercado que apresenta perspectivas promissoras para todos os segmentos, sobretudo em produtos individuais, saúde, pequenas e médias empresas e o seguro prestamista, vendido atrelado ao crédito.A necessidade de formação profissional se faz emergencial. Se já havia consciência desse fato no passado, mais ainda na época atual em que o mercado de seguros se globaliza a passos largos. Cada vez mais, há necessidade de educar os profissionais do seguro para que tenham a amplitude de conhecimentos e habilidades necessárias à gestão de riscos e do seguro em escala mundial. Vimos isso na recente abertura do resseguro, fundamentalmente, um mercado internacional que transaciona riscos complexos. Depois de décadas de monopólio, ficou evidente a escassez de profissionais especializados em resseguro e, conseqüentemente, a necessidade de treinamento.Numerosos países adotam programas de educação para o profissional de seguro. Nos Estados Unidos e na Europa, há décadas, diversas escolas ensinam os fundamentos do seguro e fornecem vasta quantidade de informações aos interessados.As universidades oferecem cursos de graduação e pós-graduação em seguros, bem como abrigam centros de pesquisa na área. O mesmo começa a ocorrer em países emergentes, com a criação de institutos de seguros e escolas no quadro dos programas das Nações Unidas para o aumento de acesso das populações aos serviços financeiros e de seguros.É imprescindível suprir a carência do setor com ensino de qualidade capaz de dar aos brasileiros condições de suplantar o talento importado de países que estão com os olhos voltados para aquele que caminha para ser a quinta maior potência do mundo nos próximos anos. Desde 2007, quando foi quebrado o monopólio do setor, mais de 75 resseguradoras ingressaram no Brasil. Este país cresceu, está se internacionalizando. Os profissionais do mercado de seguros não podem ficar estagnados, à margem deste processo de aperfeiçoamento que leva, no sentido inverso, empresas brasileiras de diferentes setores a conquistar espaço no exterior.É preciso seguir o caminho de setores que investiram pesado em especializações e hoje colhem os frutos do talento "made in Brazil". As oportunidades estão colocadas. É hora de fazer o dever de casa.Fonte: Jornal do Commercio (RJ)