Painel Mudanças Climáticas, organizado pelo SindsegSC, reúne 500 pessoas em Blumenau

No início do evento, Paulo Lückmann, presidente do SindsegSC, relembrou as tragédias vividas pela região do Vale do Itajaí em 2008 para relatar a importância do tema. “Desde lá, já passamos por inúmeros outros eventos. Só em Santa Catarina, tivemos ciclones, enchentes, enxurradas e secas – sem considerarmos as alterações nas temperaturas e seus danos”, afirmou o presidente. “Temos certeza que o primeiro passo em direção a uma mudança de perspectivas nesta area é a informação. Este foi o objetivo do Painel. Mostrar o real cenário das mudanças climáticas para que, a partir desta consciência, o público pudesse pensar e repensar o seu papel, seja como cidadão ou segurador”, complementou.O Portal SindsegSC preparou para você, que não pôde comparecer, alguns dos principais tópicos abordados por cada palestrante. Nos próximos dias, estarão no Portal as imagens do evento.“O aquecimento global é uma bomba-relógio”Através de imagens chocantes de suas pesquisas por todo o Brasil e ao redor do mundo, o doutor em Engenharia Civil e especialista na área de geologia, Juarês José Aumond, apresentou aos participantes alguns efeitos já sentidos das mudanças climáticas, além de conceitos sobre as suas causas.Segundo o palestrante, as mudanças climáticas são processos naturais. “O grande problema é o efeito humano, que acelera o processo de forma insustentável”, explicou Aumond. Ele continuou afirmando que o homem é o principal causador e acelerador do efeito estufa. Muito mais do que a natureza, somos nós”, completou.Dados apresentados pelo professor mostram que, segundo o Fórum Humanitário de Genebra, a média é de 300 mil mortos por ano por desastres ambientais no mundo. A estimativa é que este número chegue aos 500 mil anuais em breve. Quanto aos prejuízos sociais, a perspectiva é que se passe da atual média de US$ 125 milhões anuais para US$ 340 milhões anuais nos próximos anos.Outra pespectiva é que a temperatura mundial suba uma média de 4 graus nos próximos anos se nenhuma atitude brusca for tomada. “Isso significa um colapso mundial se considerarmos os fatores frio, fome e água”, constatou Aumond.“Os desastres naturais estão se aproximando das guerras mundiais em números de vítimas e prejuízos. A única saída é uma cidadania socioambiental e ações efetivas de cuidados com a natureza”, finalizou Aumond.“Esperamos que não chegue o momento em que não disporemos de cobertura securitária” O professor da Escola Nacional de Seguros (Funenseg), Eduardo Arias, trouxe diversas informações de seguradoras e resseguradoras internacionais para mostrar o tamanho dos prejuízos com mudanças climáticas no mundo. Um deles mostrou que o montante esperado para este ano com perdas em todo o mundo é de US$ 300 bilhões – número similar a 2008.Perspectivas da Organização das Nações Unidas (ONU) apresentadas pelo palestrante mostrou que em trinta anos, os prejuízos com desastres climáticos cheguem a um trilhão de dólares.Enquanto citou os instrumentos de transferências de riscos, Arias exemplificou para o público com uma realidade norte-americana que logo deve chegar aos outros países do mundo: “Na Califórnia, por exemplo, o valor do seguro é item de análise para a compra de imóveis e um dos principais fatores que inibem a compra”, explicou.Na visão de Arias, para prevenção, são necessárias a conscientização social, as campanhas educativas, parcerias público-privadas e um maior rigor nos critérios de prevenção (nos locais para construção de casas, por exemplo). O professor finalizou com uma afirmação: só o homem pode mudar a realidade em que estamos inseridos hoje”. Fonte: Marina Melz - Noticenter | Assessoria de imprensa - SindsegSC | Foto: Castro Leão Estúdio