Atentas ao impacto da redução dos juros na rentabilidade das aplicações, as companhias que vendem planos de previdência privada já estudam oferecer alternativas. Na Federação Nacional de Previdência Privada e Vida (Fenaprevi), uma comissão analisa a criação de produtos que permitam às pessoas ter mais opções de diversificação de seus investimentos para a aposentadoria.

Segundo Marco Antonio Rossi, presidente da Fenaprevi e da Bradesco Seguros e Previdência, há propostas de novos fundos envolvendo ativos ligados a projetos de infraestrutura e ao mercado imobiliário. Hoje em dia, as regras da Superintendência de Seguros Privados (Susep) são rígidas em relação aos ativos em que os planos de previdência podem investir os recursos dos clientes. Os PGBLs e VGBLs - os produtos mais populares - não podem incorporar todo e qualquer título em sua carteira e devem respeitar o limite de alocação de 49% do portfólio em renda variável. "O caminho é diversificar", afirma o presidente da Fenaprevi.

Rossi argumenta que as vantagens tributárias proporcionadas pelo regulamento dos fundos de previdência ganham importância na nova realidade de juros mais baixos no Brasil. Ele se refere ao diferimento do Imposto de Renda (IR) sobre 12% da remuneração bruta do trabalhador, permitido pelo PGBL e realizado por quem preenche o formulário completo da declaração de IR à Receita Federal. A possibilidade de adiar o pagamento de imposto geralmente serve de chamariz para a previdência privada e costuma turbinar a captação dos PGBLs no fim do ano.

Para Rossi, deve haver, daqui para frente, uma maior adesão dos investidores à tabela regressiva de tributação como forma de aumentar os rendimentos. Por essa tabela, quanto mais tempo o participante de um plano de previdência deixar seu dinheiro aplicado, menor a alíquota de IR na hora do resgate. Com dez anos ou mais de poupança, o participante paga 10% de imposto. "Hoje, a maior parte opta pela tabela progressiva", afirma Rossi. (KS)

Fonte: Clipp-Seg | Revista Cobertura