Indenizações do Seguro DPVAT saltam 14% nos primeiros seis meses do ano

Levantamento da Seguradora Líder-DPVAT aferiu o pagamento de 340.539 indenizações no primeiro semestre de 2014, crescimento de 14% perante o total realizado nos primeiros seis meses do ano passado. O número de mortes manteve o viés de queda o período - desta vez de 13% no comparativo dos semestres- contrastando com as indenizações por invalidez permanente, que saltaram 21% e chegaram a 259.845 pagamentos em todo o Brasil. A Seguradora Líder-DPVAT é a administradora do seguro no País.

Mesmo com a redução de óbitos, o trânsito brasileiro apresenta números fora dos padrões. Para efeito de comparação, de acordo com dados da Organização das Nações Unidas (ONU) divulgados no fim de julho, o confronto entre palestinos e israelenses deixou mais de 1.300 mortos. Em um mês, o trânsito brasileiro mata, em média, 4.100 pessoas. O panorama não é diferente quando analisado o quadro de feridos. Ainda segundo os dados da ONU, Gaza tem média mensal de 6 mil feridos, enquanto o trânsito supera 43,2 mil por mês.

Para o diretor-presidente da Seguradora Líder-DPVAT, Ricardo Xavier, os números refletem dois cenários. “O avanço do pagamento de indenizações está relacionado a dois fatores. O brasileiro está conhecendo melhor seus direitos e recorrendo ao Seguro DPVAT. Entretanto, um ponto que deve servir de observação e política pública é o real aumento de acidentes de trânsito no País, principalmente os envolvendo as motocicletas”, explica Xavier.

A mortalidade no trânsito está caindo, mas a invalidez permanente continua aumentando. Além do número absoluto de indenizações, o percentual desta cobertura em relação às demais era de 66% no primeiro semestre de 2012. Dados do mesmo período deste ano apontam para 76%.

Veículos. As motocicletas continuam na liderança das estatísticas do Seguro DPVAT. Os acidentes envolvendo o veículo de duas rodas representaram 75% de todas as indenizações pagas pela Seguradora Líder-DPVAT no semestre (256.387). A alta incidência de acidentes nesta categoria contrasta com sua proporção na frota nacional, equivalendo a 27% do total de veículos. Os automóveis, que somam aproximadamente 60% da frota, foram responsáveis por 23% dos benefícios pagos (67.906).

Indenizações. O Nordeste registrou o maior número de acidentes indenizados pelo Seguro DPVAT, em suas três garantias (Morte, Invalidez Permanente e Reembolso de Despesas Médicas e Hospitalares): 34% (113.99) durante o primeiro semestre de 2014, apesar desta região ter apenas a 3ª maior frota do País. Já o Sudeste, que possui a maior frota, ficou em segundo lugar, representando 26% (89.466) das indenizações pagas no período. As regiões Sul, Norte e Centro-Oeste registraram, respectivamente, 19%, 11% e 10% do total pago. O Sudeste, entretanto, lidera o quadro de benefícios pagos por morte, somando 37% do total pago no primeiro semestre. Nordeste ficou em segundo lugar, com 29%. Quando analisadas as indenizações por morte regionalmente segmentada por tipo de veículo, a tendência é de maior letalidade em acidentes envolvendo automóveis. O panorama muda, entretanto, nas regiões Nordeste e Norte, onde as motocicletas são responsáveis por 59% e 57% das mortes, respectivamente. São as únicas regiões do País em que a frota do veículo de duas rodas supera o número de carros.

Perfil das vítimas. Com base nas estatísticas de pagamento do Seguro DPVAT, a Seguradora Líder-DPVAT traçou o perfil das vítimas de acidentes de trânsito. Em sua maioria são homens (75%). Um dado que requer atenção é a idade dos acidentados: 52% são jovens entre 18 e 34 anos que morreram ou ficaram inválidos, o que consolida uma tendência registrada em levantamentos anteriores.

Os recursos do Seguro DPVAT são financiados pelos proprietários de veículos, por meio de pagamento anual. Do total arrecadado, 45% são repassados ao Ministério da Saúde (SUS), para custeio do atendimento médico-hospitalar às vítimas de acidentes de trânsito em todo País. 5% são repassados ao Denatran, para aplicação exclusiva em programas destinados à educação e prevenção de acidentes de trânsito. Os demais 50% são voltados para o pagamento das indenizações.

Fonte: CNseg