Obras geram expectativa de investimento em 2015

Aumentar a participação do setor privado por meio de concessões e Parcerias Público-Privadas (PPPs) é considerada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) como uma das formas de acelerar as obras de infraestrutura no Brasil. O diretor adjunto de Relações Institucionais da Andrade Gutierrez, Alexandre Barra, acrescenta que algumas demandas previstas para o próximo ano irão despertar o interesse dos empreendedores, entre as quais estão o arrendamento de áreas portuárias (159 áreas), vários trechos ferroviários (parte do Programa de Investimento em Logística) e o início do programa de aviação regional.

O executivo ressalta que não há dúvidas que falta a infraestrutura adequada para o País. Conforme dados do World Economic Forum, o País, em relação aos seus parceiros no Bric (bloco composto por Rússia, Índia e China), é o que está pior classificado quanto à qualidade da infraestrutura em geral, principalmente, em relação a ferrovias, aeroportos e estradas. Já os portos brasileiros só estão melhor colocados que os russos.

Apesar disso, em pesquisa realizada pelo Fórum Nacional da Indústria, os empresários reclamaram da falta de infraestrutura e apontaram como maiores gargalos justamente os portos, seguidos da energia elétrica, transporte ferroviário e licenciamento ambiental. O diretor diz que o investimento em infraestrutura é muito pouco no Brasil, apenas 2,1% do PIB e o ideal seria atingir cerca de 5%.

Além disso, a média do investimento federal nos últimos anos é inferior ao volume necessário para reduzir o déficit anual de infraestrutura. Em 2013, a União aportou em torno de R$ 47,3 bilhões no segmento. Barra frisa que há um crescimento constante da demanda por infraestrutura, sem o acompanhamento da oferta. Entre 2003 e 2013, o tráfego aéreo de passageiros no Brasil cresceu em média 11% ao ano, o movimento de contêineres 8% e a safra de grãos 4%.

Barra afirma que, atualmente no País, mais de 200 projetos de PPPs estão em andamento, porém a maioria está em procedimento de manifestação de interesse (PMI) e apenas 6% foram assinados. No Rio Grande do Sul, são cinco em fase de PMI e nenhum com contrato firmado. No Estado estão previstas a execução de PPPs na área de segurança pública, alternativas para a ampliação da capacidade de investimentos da Corsan, modernização da rodoviária de Porto Alegre, projeto da estrada entre Porto Alegre e Sapiranga (ERS-010) e execução de PPPs em saneamento, irrigação, administração de prédios públicos e modais de transporte.

Barra palestrou ontem, na reunião-almoço Tá na Mesa, promovida pela Federasul, sobre o tema “Concessões e PPPs: desafios e oportunidades”. Durante o evento, foi questionado sobre quando a Andrade Gutierrez irá assumir o controle da unidade de construção naval da Iesa Óleo e Gás localizada em Charqueadas. Barra comentou que não é a sua área de negócios dentro da empresa, contudo, disse que as negociações foram encerradas e agora se espera a assinatura do contrato, quando deverão ser repassadas mais informações.

Também foi indagado sobre quando a construtora irá entregar formalmente o estádio Beira-Rio ao Internacional, respondendo que o tema não fazia parte do seu departamento. Em nota, a Andrade Gutierrez disse que, conforme está no contrato, “as obras já possuem aceitação provisória, e que por assim ser, atualmente, nos encontramos em período de comissionamento, treinamento e garantia tal como previsto. As informações sobre problemas na cobertura são infundadas, visto que a drenagem para área de chuva é item não previsto no projeto e no escopo desta construtora. No entanto, para dar maior conforto e comodidade aos torcedores colorados, a Andrade Gutierrez, por solicitação da Brio e do Sport Club Internacional, vem trabalhando para realizar as adequações necessárias, o que não pode ser confundido como um item pendente. Desta forma, não procedem as informações veiculadas nos últimos dias sobre atraso na entrega do estádio”.

Fonte: SeguroGarantia.net | Jornal do Commercio (POA)