Marcio Coriolano lista prioridades em sua posse

Consolidar e avançar foram as palavras-chaves recorrentes no discurso de posse do novo presidente da CNseg, Marcio Coriolano, cuja cerimônia ocorreu nesta quinta-feira à noite na Bahia. “Consolidar o máximo o passado e avançar na direção do que o futuro apresenta como possível”, afirmou Coriolano, recorrendo, em suas palavras, a um “duplo conceito adotado por pessoas prudentes quando assumem uma nova missão”.

Entre os pontos a serem consolidados, Coriolano destacou o desenvolvimento de novos produtos e processos, sobretudo nas modalidades com maior potencial de crescimento; uma interlocução mais próxima do Judiciário; a ampliação dos debates sobre os temas de interesse do setor; a produção e distribuição de literatura especializada e material informativo sobre o setor; a qualificação e certificação de seus profissionais, e a promoção de conceitos de educação em seguro, em conjunto com iniciativas de educação financeira.

Já em relação aos avanços, destaque para o fortalecimento institucional da Susep; a promoção, em conjunto com a Fenacor, da figura do agente de seguro; a criação de novos níveis da Certificação Profissional da CNseg; a luta por um maior equilíbrio entre regulação assistencial e econômica na Saúde Suplementar, com a colaboração da FenaSaúde; o apoio à FenaPrevi na criação de produtos de Previdência combinados com Saúde Suplementar, como a PrevSaúde, além do Universal Life; o aperfeiçoamento, em conjunto com a FenSeg, dos seguros obrigatórios de veículos; a atuação, ao lado da FenaCap, nas campanhas de esclarecimento sobre a função social da Capitalização; e o apoio à criação de um polo de resseguro no Rio de Janeiro.

Apesar do expressivo crescimento do mercado - que em 2015 movimentou recursos na ordem de R$ 364 bilhões, número duas vezes maior, por exemplo, que o da indústria automobilística - Coriolano reconheceu que “vários ramos do setor passaram a sentir os impactos do ambiente macroeconômico” adverso. Em resposta, ele disse que “é tempo de trabalhar ainda mais arduamente”, renovando a crença na retomada do desenvolvimento do País, tendo o setor como mola propulsora. Nesse sentido, ele afirmou ser fundamental o fortalecimento de parcerias com os órgãos reguladores, com Legislativo e Judiciário, com entidades de defesa dos consumidores, veículos de comunicação e corretores de seguro.

Mais de 300 pessoas, entre CEOs, presidentes, diretores executivos e membros de conselhos de administração de empresas, participam da solenidade de posse das cinco entidades de representação do mercado segurador nesta quinta-feira à noite, na Bahia. Um vídeo exibido na solenidade de posse demonstra a solidez do mercado segurador. Assista abaixo:

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FenSeg: Seguro Popular no radar

Os presidentes das federações associadas à CNseg também foram empossados na mesma solenidade para o triênio 2016-2019. João Francisco Silveira Borges da Costa, assumindo a FenSeg, afirmou que, além de dar continuidade ao trabalho realizado pela gestão anterior de Paulo Marraccinni, dará ênfase ao advento do Seguro Popular de Auto. Este novo produto depende de regulamentação da Susep, e a expectativa é de que seja colocado ainda este ano no mercado, contribuindo para ampliar a taxa de penetração do seguro de automóveis.

FenaPrevi mira a proteção financeira

Novo presidente da FenaPrevi, Edson Luís Franco elogiou a gestão anterior da entidade, liderada por Osvaldo do Nascimento e da qual também fazia parte, e afirmou ter como prioridades a modernização do arcabouço regulatório, além de “tirar da boca do forno” produtos que estão para serem lançados, como o Universal Life e o Prevsaúde. Outra prioridade, afirmou, será trabalhar na questão da proteção financeira dos consumidores, tendo em vista as grandes transformações demográficas e econômicas em andamento no País. 

FenaSaúde e o consumo consciente

Feliz por retornar à entidade que ajudou a construir, assumindo a presidência de uma entidade que “se torna referência na representação dos interesses da Saúde Suplementar”, Solange Beatriz Palheiro Mendes afirmou que toda sua diretoria estimulará o consumo consciente dos serviços de saúde e o combate à desinformação a respeito do setor, “postura esta que se torna ainda mais premente neste momento em que o Brasil está diante de um grande desafio socioeconômico”.

Entre suas bandeiras, ela acena com ampliação das frentes de interlocução com órgãos de defesa do consumidor, parceria com as autoridades de mercado e contato permanente com os veículos de comunicação.

Abordando ações específicas das operadoras, a nova presidente da FenaSaúde citou a revisão do marco legal, a reformulação do modelo de remuneração de prestadores de serviços médico hospitalares e a contenção de custos sem perda da qualidade dos serviços prestados.

FenaCap mira retomada do crescimento

Reeleito na FenaCap, Marco Barros lembrou de algumas das principais ações realizadas em 2015, como a elaboração de um estudo vigoroso sobre a importância da Capitalização na agenda social e econômica brasileira e a realização de campanha institucional na web para reforçar a percepção dessa importância.

Mas, apesar de contar com 17 milhões de clientes e reservas técnicas acima de R$ 31 bilhões, Barros afirma que a retração da renda e a inflação, no longo prazo, podem afetar o setor, ainda que trabalhe com a perspectiva de uma retomada do crescimento ainda em 2016.

Ciente de que não pode apenas esperar pela melhora do cenário macroeconômico, Marco Barros alerta para a necessidade de um novo marco regulatório que “atenda o grau de complexidade alcançado pelas operações das sociedades de capitalização”. Outro ponto relevante apontado foi o da definição de um novo posicionamento estratégico para a Capitalização, em que seja vista como mais que um instrumento para guardar dinheiro e concorrer a prêmios.

Balanço e legados

Outra importante liderança presente à mesa de abertura foi Jayme Garfinkel, que assumiu a presidência da CNseg com a morte de Marco Antonio Rossi, ocorrida em novembro 2015. Além de lembrar o saudoso companheiro, Garfinkel aproveitou a oportunidade para elencar alguns dos muitos desafios e conquistas do último triênio. Como exemplo, citou a integração do mercado segurador brasileiro com a Federação Interamericana de Empresas de Seguros (Fides) e países ibero-americanos, o desenvolvimento do Projeto de Lei do Prevsaúde, a criação da Certificação Profissional da CNseg, a valorização do corpo funcional da CNseg, por meio do Programa Valorizar, entre diversos outros.

Citado por praticamente todos os participantes da mesa, Marco Antonio Rossi foi lembrado também pelo presidente da Fenacor, Armando Vergílio, como um dos grandes idealizadores do Prevsaúde, cujo projeto de lei já foi aprovado na Câmara e tramita agora no Senado.

Já o presidente da Confederação Nacional das Instituições Financeiras, Luiz Carlos Trabuco Cappi, mostrando-se bastante preocupado com a grave crise brasileira, afirmou que o Brasil precisa ser a locomotiva de si mesmo, pois já não pode contar com as demais locomotivas- a chinesa, que desacelera, a europeia, claudicante, ou qualquer outra.

Autoridades da regulação

As entidades de regulação do setor também estiveram representadas na cerimônia, por meio do presidente da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), José Carlos Abrahão, e do superintendente da Susep, Roberto Westenberger. O primeiro, destacando que o sistema de saúde brasileiro é exemplo para muitos países, afirmou que a ANS tem forte foco de atuação na sustentabilidade do setor, tanto econômico financeira quanto assistencial.

Já Westenberger lembrou diversos produtos que estão prestes a ser lançados e poderão municiar nossa economia. Além do Prevsaúde e Universal Life, já citados anteriormente, destacou o seguro de longevidade de fundos de pensão, que é acoplado a um resseguro e pode trazer para o setor um faturamento de cerca de R$ 20 bilhões “em uma só tacada”, o equivalente a quase 10% de tudo que foi obtido em 2015. Para 2016, afirmou, a Susep pretende estruturar uma nova diretoria, a de Conduta de Mercado, para, além de tratar de aprovação de novos produtos, avaliar sobretudo a conveniência dos produtos oferecidos pelo mercado, tendo os consumidores como “centro de gravidade da atuação”.

Também não deixando de abordar a crise pela qual o Brasil atravessa, a titular da Secretaria Nacional do Consumidor (Senacon), Juliana Pereira, representando o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, afirmou que o setor segurador, que está intimamente relacionado ao conceito de segurança, tem um papel muito importante na missão de ajudar a resgatar a confiança do consumidor brasileiro.

Fotos: Alessandro Mendes Photos

Fonte: CNseg