O blockchain e a promessa de simplificação de processos e otimização de eficiência nas seguradoras

As seguradoras e resseguradoras, assim como segurados e corretores, têm tudo a ganhar com o advento das soluções operacionais e gerenciais baseadas nas tecnologias do blockchain – protocolo digital que possibilita o armazenamento e compartilhamento de dados entre todas as partes envolvidas numa transação. Os benefícios da inovação, testada atualmente em vários países, foram tema do painel técnico “Aplicações de Blockchain em seguro e resseguro”, coordenado por Paulo Botti, do Conselho de Administração da Terra Brasis Resseguros.

No centro do debate sobre o tema esteve a palestra do estadunidense Antony Eliott, chairman da B3i (Blockchain Insurance Industry Initiative), uma das líderes globais no desenvolvimento da inovação para o mercado. Elliot apresentou o campo aberto à criação de aplicações da tecnologia no setor de seguro e resseguro e destacou como essas soluções poderão simplificar processos e otimizar a eficiência das companhias, preservando a segurança das informações e o respeito às regras de regulação dos mercados nacionais.

“Para o Brasil, é uma oportunidade imensa de reduzir custos de operação e aumentar a eficiência”, previu o dirigente da B3i, para exemplificar com a perspectiva de diminuição de até 30% dos custos administrativos de seguradoras e resseguradoras. Depois de definir o blockchain como “uma mudança de paradigma” e citar parcerias da empresa com algumas resseguradoras globais, ele previu que, no caso brasileiro, o País tem potencial para ser referência na inovação aplicada ao seguro na América do Sul.

Exemplo de aposta em aplicações baseadas em blockchain no Brasil foi dado pelo diretor de tecnologia e inovação do IRB Brasil RE, Marcelo Hirata. A empresa, ele contou, desenvolve projeto em parceria com a Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio) e a seguradora Mongeral, visando a criação de soluções em que os dados de uma operação de seguro poderão ser acessados simultaneamente por seguradora, resseguradora, corretor e cliente. Hirata disse que o IRB se prepara para realizar experiência-piloto com a solução, que vem sendo construída desde o ano passado.

O diretor da empresa de tecnologia R3 no Brasil, Keijji Sakai, assinalou que um facilitador da difusão das aplicações baseadas no blockchain é o interesse dos reguladores, como a Superintendência de Seguros Privados (Susep), pelo tema. “No Brasil, os reguladores estão envolvidos em pesquisas de blockchain”, comentou. Uma das áreas em que essas soluções trariam muitas vantagens é a de grandes riscos, destacou Felipe Smith, da Tokio Marine Seguradora, lembrando a complexidade do segmento, no qual as resseguradoras têm forte atuação.

Fonte: CNseg