Marcio Coriolano trata de temas atuais no programa “Mesa Redonda”

Rio de Janeiro, 25 de setembro de 2020 - A profissionalização da Confederação Nacional das Seguradoras (CNseg) em curso na sua gestão, a primeira de um presidente CLT da entidade, o relacionamento do setor segurador com a Susep, os cinco mil projetos de lei envolvendo os seguros, a aversão ao risco que deve suceder a pandemia, os avanços no marco regulatório, incluindo ajustes necessários no microsseguro, e a LGPD foram alguns dos temas levantados pelos jornalistas para o Presidente Marcio Coriolano no programa “Mesa Redonda”, exibido pelo canal do CQCS no Youtube, na quinta-feira à tarde.

Participaram do programa os jornalistas Alicia Ribeiro, do CQCS; Elaine Lisboa, do JCS (Sincor-SP); Kelly Lubiato, da Revista Apólice; Luis Felipe Paradeda, do Portal Seguro Gaúcho; Paulo Kato, da Revista Cobertura e Sergio Carvalho, do JNS. A mediação ficou por conta de Gustavo Doria, fundador do CQCS.

Escolhido por votação de jornalistas de seguros para participar do programa de setembro, Marcio Coriolano tratou ainda do descolamento do desempenho do seguro em relação ao PIB - destacando a resiliência do setor diante da contração da economia; do papel social presente na natureza do seguro - e ainda mais proeminente na pandemia- e da provável continuidade da revolução silenciosa do mercado (compra e venda de carteiras, fusões, aquisições, parcerias entre bancos e seguradoras independentes), que amplia a concorrência e beneficia o consumidor.

Inicialmente, Marcio Coriolano fez um breve balanço das principais ações da CNseg para profissionalizar a entidade, o que envolveu a expansão do escritório de Brasília, a criação de uma diretoria técnica, adoção de governança, com o objetivo de melhorar a comunicação institucional e a interlocução com todos os stakeholders da cadeia de seguros.  “Acho que avançamos muitíssimo nesse processo de profissionalização da CNseg, com uma equipe profissional e comprometida com o desafio de tornar o seguro mais bem compreendido por todos”, assinalou ele.

Marcio Coriolano avaliou positivamente o alinhamento entre o Ministério da Economia e a Susep, algo pouco comum na história do mercado, mas extremamente importante para estabelecer uma política setorial de seguro no plano do governo. “Hoje há mais convergência da pauta e de ações”, afirmou.

O ativismo do legislativo foi avaliado com naturalidade por Marcio Coriolano. “Os seguros tratam com pessoas, dores e expectativas. Um setor com uma sensibilidade enorme. É natural e sempre foi assim”, explicou. Durante a pandemia, a quantidade de projetos de lei em trâmite chegou a cerca de cinco mil com impactos diversos sobre o setor.  “Multiplicou tanto porque a pandemia talvez tenha sido o evento de impacto mais severo que o Brasil já teve nesses últimos 60 anos. Não podemos ficar lamentando. Infelizmente, o Brasil não tem conhecimento necessário do seguro para ficar em patamar mais estável como na Europa e nos Estados Unidos”.

Nesse momento, destacou que os jornalistas de seguros cumprem um importante papel, ao produzir matérias que levam conhecimento e tornam o setor mais bem entendido por toda população, incluindo políticos e magistrados.

No encontro, Marcio Coriolano afirmou que a pandemia despertou a percepção de riscos em todos nós, motivando a compra de seguros, como o de Vida e Saúde, nos segmentos sociais preservados da crise econômica. No caso da população de baixa renda, segmento dos mais afetados pela pandemia, ele disse que o microsseguro, se tivesse maior taxa de penetração, poderia mitigar parte de suas dores. Mas o microsseguro ainda depende de novas desonerações regulatórias e de mais canais de distribuição, como o varejo, para ampliar o alcance e colocar mais pessoas sob sua salvaguarda. Levando-se em conta que 67% das famílias brasileiras ganham abaixo de dois salários mínimos, o microsseguro reúne condições de dispor de um mercado potencial de crescimento bastante razoável.


LGPD - Marcio Coriolano informou que foi constituído um grupo de trabalho misto, envolvendo a CNseg, FenSeg, FenaPrevi, FenaSaúde, FenaCap e Fenacor, para tratar da responsabilidade compartilhada de dados pessoais a partir da vigência da Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD). Já houve três reuniões para acertar o papel de cada um na movimentação dos dados pessoais. “Existe a questão sobre de quem é a responsabilidade que deve ser compartilhada ou dividida entre seguradores e corretores durante o processo de produção, distribuição e utilização de informações. A matéria prima do nosso setor é dado pessoal, que permite precificar o seguro e pagar o sinistro”, observou.  Ele lembrou que o tema já estava em discussão há muito tempo na CNseg, que, inclusive, produziu o Guia de Boas Práticas do Mercado Segurador Brasileiro com os principais preceitos que devem ser observados na cadeia de seguros, em virtude dessa Lei.

DESEMPENHO - Para o Presidente da CNseg, o setor segurador continuará a apresentar um desempenho descolado da contração do PIB. Sua resiliência tem a ver com o fato de grande parte do mercado consumidor de seguros continuar preservado dos impactos da crise econômica produzida pela pandemia. “O poder de compra das classes sociais que adquirem seguros não foi afetado, ainda que a massa de rendimento do País tenha sim. Ao mesmo tempo, as pessoas criaram uma poupança por precaução, em consequência das restrições à mobilidade e dificuldades de acesso aos serviços, e parte desses recursos entesourados agora pode ser destinada à compra de coberturas, em resposta à aversão aos riscos causados pela pandemia”, ressaltou.

FUSÕES E INCORPORAÇÕES - Importante para fortalecer a presença dos grupos estrangeiros no País, a revolução silenciosa deve ainda ter continuidade, mas andar de forma mais lenta, de acordo com Marcio Coriolano. O contingenciamento de operações de fusões e incorporações tem relação direta com o momento adverso da economia global, com a escassez de capitais, e vai depender da estratégia competitiva de cada empresa.


Sobre a CNseg

A Confederação Nacional das Empresas de Seguros Gerais, Previdência Privada e Vida, Saúde Suplementar e Capitalização (CNseg) congrega as empresas que compõem o setor, reunidas em suas quatro Federações (FenSeg, FenaPrevi, FenaSaúde e FenaCap). A missão primordial da CNseg é contribuir para o desenvolvimento do sistema de seguros privados, representar suas associadas e disseminar a cultura do seguro, concorrendo para o progresso do País.

Fonte: CNseg.