Como a tecnologia contribui para o avanço do mercado de seguros no Brasil

O mercado de seguros no Brasil é um dos setores mais consolidados da economia e demonstra, ano após ano, seu alto potencial de expansão. Segundo a 19ª edição do Boletim IRB+Mercado, relatório mensal da plataforma IRB+Inteligência, em março de 2022, o setor de seguros atingiu R$ 13 bilhões em faturamento, valor que representa um avanço de 13,8% comparado ao mesmo período de 2021.

Este progresso está relacionado à facilidade do segmento quanto à absorção de novas tecnologias. Isto ocorre uma vez que, inevitavelmente, as seguradoras precisam de dados para realização de praticamente todos os processos internos, desde a elaboração dos preços e planos de contratação, até o pagamento dos sinistros.

Desta forma, a redução dos valores e a democratização de novas tecnologias têm contribuído ainda mais para o desenvolvimento deste importante segmento e isso pôde ser visto nos últimos anos no país. De acordo com o “Índice Global de Potencial Segurador” (GIP), desenvolvido recentemente pela MAPFRE Economics, pelo terceiro ano consecutivo, o Brasil ocupa a 8ª posição entre os maiores potenciais para crescimento do setor segurador, reforçando a consolidação deste mercado, bem como seu poder inovador.

Tendências tecnológicas para o mercado de seguros no Brasil

A partir deste contexto, podemos observar que as seguradoras estão cada vez mais instrumentalizadas tecnologicamente, enquanto o setor vivencia outras experiências inovadoras, como o Open Insurance, por exemplo.

Neste sentido, algumas tecnologias destacam-se como protagonistas deste desenvolvimento. Nos últimos anos, a migração para nuvem foi um dos importantes destaques. Agora, outras tecnologias, como o Machine Learning, a ciência de dados e a Inteligência Artificial, assumem esse papel com objetivo principal de garantir o contínuo avanço do mercado de seguros.

Estas novas tecnologias promovem às seguradoras diversas vantagens competitivas, como uma precificação mais justa, dados mais precisos, assertividade nas tomadas de decisões, eficiência na gestão e uma jornada de experiência dos clientes que possa favorecer o mercado como um todo.

Um exemplo destas vantagens é a redução dos valores de um seguro automotivo, a partir da utilização de dados sobre o desempenho e o histórico de condução do motorista para a precificação do serviço, e não mais dados externos, como endereço, idade e percursos realizados. Ou seja, um condutor que não recebeu nenhuma multa durante o ano todo terá benefícios financeiros independentemente da região onde mora, que é uma das bases utilizadas para precificação dos seguros atualmente.

O papel das insurtechs para o desenvolvimento do mercado de seguros no Brasil

Outra grande responsável pelo crescimento deste setor são as insurtechs, startups que fornecem produtos e serviços voltados ao mercado de seguros. Segundo levantamento realizado pelo Distrito, desde 2016, o número de empresas deste tipo mais do que triplicou no Brasil, alcançando a marca de 169 companhias no país.

Criadas a partir de uma cultura inovadora e um modelo de gestão baseado em tecnologias avançadas, as Insurtechs têm promovido fortes mudanças no mercado de seguros no Brasil, acelerando a digitalização e adicionando novos desafios às tradicionais seguradas, que, por sua vez, também tem investido em inovação tecnológica para não perderem espaço neste mercado. Com isto, o segmento como um todo e, principalmente, os consumidores, são beneficiados com planos cada vez mais aderentes e serviços diversificados.

Um bom exemplo sobre a diversificação dos tipos de serviços fornecidos é o crescimento dos seguros para celular. Anteriormente, era inviável oferecer este tipo de cobertura, uma vez que não haviam dados suficiente para elaborar um plano de risco adequado para as seguradoras. Com o avanço tecnológico e o aumento da precisão de dados, a oferta e a adoção deste tipo de seguro tem aumentado.

O cenário segue sendo bastante promissor e a tecnologia tem exercido papel fundamental para a consolidação e o crescimento deste setor, bem como para o desenvolvimento de novos serviços mais adequados e aderentes, tanto ao consumidor, quanto às próprias seguradoras.

* Por Eduardo Nunes, consultor de Tecnologia da Informação da Provider IT

Fonte: Revista Apólice