Mapfre Global Risk aposta nos seguros de energia renovável

A sustentabilidade é um dos temas mais caros para as organizações do mundo inteiro, inserida na pauta ASG (ambiente, sustentabilidade e governança). De olho neste segmento, o CEO da Mapfre Global Risk, Bosco Francoy, em visita ao Brasil, disse que o segmento de energias renováveis, assim como os riscos cibernéticos, irá merecer maior atenção do mercado nos próximos anos.

“As energias renováveis são uma fonte de inovação. Ela cresce devagar e temos aprendido muito pela experiência do setor, explorando soluções na parte do Nitrogênio, pesquisando como transportar, escalar etc”, enumera.

Como riscos emergentes, o CEO cita, assim como no ano passado, a situação econômica, a inflação e a guerra na Ucrânia. “Pouca coisa mudou no último ano”, lamenta. Ele cita também o resseguro, que não teve uma boa performance em 2022 e sofreu um aperto maior no final do ano. “Talvez seja a maior diferença do ano. O resseguro ficou mais exigente nos termos, com capacidade mais seletiva nos riscos, o que traz um desafio”.

Os cyberriscos são um grande desafio por conta da sua rápida evolução e a potencialidade do risco sistêmico, principalmente porque ainda não existem modelos estatísticos para levantar as possibilidades de perdas.

É difícil lidar com uma situação de inflação elevada, por conta das importâncias seguradas, franquias e os segurados evoluindo para maiores retenções. “Uma das condições do setor de seguros é a flexibilidade e a habilidade de se adaptar às circunstâncias financeiras, políticas etc, para fornecer soluções. Esta é uma das fortalezas do seguro.

Com margens menores, uma sequência de sinistros catastróficos relevantes, juros mais altos, o resseguro teve a sua capacidade diminuída focada em algumas áreas, como no cyber, aviação e alguns outros setores econômicos. “A capacidade ficou mais cara e provocou uma reação do mercado, tornando-o mais exigente”, acrescenta Francoy.

Em nosso DNA a inovação está sempre presente. Por um lado, tiramos vantagem dos avanços tecnológicos para oferecer soluções inovadoras e, dentro de cada atividade, as máquinas não cometem erros, o que contribui para diminuir os riscos.

O Grupo Mapfre bateu um recorde de receita em 2022. Foram quase 25 bilhões de euros de prêmios em nível mundial. A América Latina ficou responsável por quase 9 bi de euros, ultrapassando outras regiões do mundo. O Brasil aumentou em 45% a emissão de prêmios, atingindo 4,8 bi de euros.

Para a Global Risk, o ano também foi muito bom, com 1,5 bi de euros em prêmios, com o Brasil representando 250 milhões de euros em prêmios. Mesmo neste cenário, Francoy aponta o “soft market” de resseguro como uma preocupação, porque as condições estavam apertadas, o que que comprometia a rentabilidades das operações. “O grande desafio para a Mapfre é como conseguir crescer na carteira de grandes riscos no Brasil. Somos a primeira em termos de riscos industriais e estamos fortalecendo a equipe para aprimorar este campo”, conta Francoy.

Fonte: Kelly Lubiato | Revista Apólice