Reduzir o gap de proteção financeira no Brasil passa pela educação

O consumidor ainda não prioriza poupar para ter uma reserva financeira. A situação social, com a maior parte endividados, numa situação hipotética de “vender o almoço para pagar o jantar”, com uma renda familiar de até dois salários-mínimos, é uma realidade. O governo, por sua vez, vai promover uma reforma na educação, mas nenhuma palavra foi dita neste programa sobre incluir educação financeira no currículo escolar.

Este cenário é retratado na pesquisa da Fenaprevi, encomendada ao DataFolha, com uma frase destacada nas respostas dos mais de 2 mil entrevistados de Norte a Sul do País, com 18 anos ou mais, de estados civis diferentes, integrantes de todas as classes econômicas e, vivendo nas regiões metropolitanas e no interior.

Então, qual a saída para ajudar a reduzir o gap de proteção da sociedade brasileira, para que as pessoas possam enfrentar situações imprevistas como acidentes ou pandemias, e também as esperadas, como envelhecer, adoecer e morrer? A principal proposta citada pelos participantes do painel “Lições da Pandemia: As principais preocupações dos brasileiros e a necessidade de proteção e planejamento”, promovido no evento, mediado pela jornalista Natuza Leão, é uma união, um trabalho conjunto dos estados, das seguradoras, da mídia. Todos precisam entrar neste processo para trazer a cultura de seguros para a população para termos um país mais preparado para o futuro”, afirma Jorge Nasser, presidente da Bradesco Vida e Previdência.

Segundo ele, as seguradoras precisam assumir ainda mais a responsabilidade de mostrar à sociedade as vantagens de ter uma reserva financeira para diferentes momentos da vida e a diversidade dos produtos que as empresas têm na prateleira para ajudar as pessoas a estarem mais preparadas para o futuro.

A educação financeira é uma urgência no Brasil”, afirma Angela Assis, CEO da BrasilPrev. Segundo ela, a população já teve um choque de realidade com a pandemia, quando muitas pessoas morreram, sendo que muitas delas deixaram suas famílias sem reservas financeiras para enfrentar um momento tão difícil para todos. “Tivemos a pandemia que cumpriu este papel de despertar as pessoas para este assunto e mesmo assim a pesquisa mostra que ainda não seriedade em pensar em poupar para ter uma reserva financeira. A saída, realmente, com cita o presidente da Bradesco Vida e Previdência, é esclarecer e evidenciar a conscientização das pessoas.

Marcelo Mello, CEO da SulAmérica Investimentos, relevou desafios e oportunidades com os dados revelados da pesquisa. ‘Os dados mostram que há muitas oportunidades. O desafio é levar informações para a população sobre a importância das reservas financeiras e quais produtos e serviços o mercado de seguros oferece em várias frentes, como seguros de vida, planos de previdência, planos de saúde. E temos o corretor tem uma participação relevante em levar esta consciência para a população.

Ele também afirmou que o setor se comunica mal com a sociedade. “Temos uma demanda reprimida que não consume por falta de informações. O seguro de doenças graves, por exemplo. Precisamos mostrar o quanto pagamos para pessoas num momento difícil como este. Não é fácil, mas precisamos engajar as pessoas nos benefícios que ela pode ter em vida”, insistiu Mello.

Fausto Dória, presidente do Sincor-NE e participante do painel, concorda que a educação financeira e a renda são dois desafios, mas a oportunidade de avançar na penetração de seguros e previdência no Brasil é imensa. “Temos um exército de mais de 70 mil profissionais corretores para levar para a população a importância do seguro e diferenciar cada oferta aos consumidores. Temos de nos comunicar melhor, levar para os clientes as diferenças e a importância. Ajudar o cliente a fazer a conta e saber o quanto precisa se proteger”, acrescentou.

Fonte: Sonho Seguro | Denise Bueno