Mercado de seguros recua 1% até julho de 2025, puxado pela queda na previdência

O mercado de seguros brasileiro obteve receitas de R$ 247 bilhões de janeiro a julho de 2025, montante 0,98% menor, em termos nominais, e uma queda real de 5,96%, em relação ao obtido no mesmo período em 2024, que foi de R$ 250 bilhões.

Os dados foram divulgados pela Susep (Superintendência de Seguros Privados), autarquia federal que regula e fiscaliza o setor, na sexta-feira (19) e não consideram a saúde suplementar, setor supervisionado pela ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar).

Ainda de acordo com a Susep, as empresas do setor devolveram à sociedade o valor de R$ 154 bilhões no mesmo período, por meio do pagamento de indenizações, resgates, benefícios e sorteios, um aumento nominal de 9,30% frente ao mesmo período do ano passado.

Seguros de danos

Os seguros de danos acumularam R$ 83 bilhões em receitas no ano, até o mês de julho. Na comparação com o mesmo período de 2024, houve crescimento nominal de 7,32% e real de 2,04%.

De acordo com a Susep, os seguros de danos têm por objetivo garantir o pagamento de uma indenização ao segurado, em caso de prejuízos causados por eventos como incêndios, acidentes, roubos, desastres naturais, entre outros. Alguns dos seguros de danos mais populares no Brasil são os seguros de automóvel, residencial, empresarial, condominial, rural, habitacional, fiança locatícia e garantia estendida.

Somente o seguro auto arrecadou R$ 35 bilhões no ano até o mês em referência, montante 5,92% superior ao registrado no mesmo período de 2024, em termos nominais. Essa linha de negócios respondeu por 42% dos prêmios dos seguros de danos no acumulado do ano.

Os demais seguros de danos arrecadaram R$ 49 bilhões até julho de 2025. Com destaque, os seguros compreensivos (residencial, condominial e empresarial) apresentaram crescimento nominal de 12,74% e real de 7,17% na comparação com o mesmo período do ano anterior.

Seguros de pessoas

Segundo os dados da autarquia, os seguros de pessoas arrecadaram R$ 44 bilhões em prêmio de janeiro a julho de 2024, um aumento nominal de 7,96% e real de 2,64% em relação a 2024, quando a arrecadação do segmento, no mesmo período, foi de R$ 40 bilhões.

Como exemplos de seguros de pessoas, estão o seguro de vida, funeral, acidentes pessoais, educacional, viagem, prestamista, entre outros.

O seguro de vida, por exemplo, representa 49% do segmento de pessoas, tendo arrecadado R$ 21 bilhões no ano, um crescimento nominal de 10,83% e real de 5,35% na comparação com o acumulado no mesmo período do ano anterior.

Acumulação

Já os produtos de acumulação obtiveram contribuições de R$ 101 bilhões no ano até o mês de julho, uma redução nominal de 11,63% e real de 16,51% na comparação com o mesmo período do ano anterior. Quando subtraídos os resgates e benefícios, a contribuição líquida para esses produtos foi de R$ 14 bilhões de janeiro a julho de 2025.

Os produtos de acumulação têm como principal característica a constituição de reservas financeiras que poderão ser utilizadas futuramente pelos investidores (segurados e participantes), exercendo um papel central no planejamento financeiro de longo prazo, de acordo com a Susep. Nesta categoria estão incluídos o VGBL, o PGBL e a previdência tradicional.

VGBL e PGBL são planos com cobertura por sobrevivência (de seguro de pessoas e de previdência complementar aberta, respectivamente) em que, após um período de acumulação de recursos, proporcionam aos investidores uma renda mensal (que poderá ser vitalícia ou por período determinado) ou um pagamento único.

Já a previdência tradicional refere-se aos planos desenvolvidos antes da introdução dos modelos VGBL e PGBL e representa parcela minoritária entre os produtos atuais de acumulação.

Capitalização

Por sua vez, os produtos de capitalização obtiveram receitas de R$ 19,83 bilhões no acumulado até julho de 2025, o que representa um crescimento nominal de 10,71% e real de 5,24% em relação ao mesmo período do ano anterior, quando foram arrecadados R$ 18 bilhões.

Títulos de capitalização são produtos que têm por objetivo, prioritariamente, a acumulação financeira, nos termos determinados em cada plano, além da possibilidade de participar de sorteios em dinheiro, conforme definição da Susep. Podem ser adquiridos para participação em campanhas filantrópicas, incentivo à venda de produtos e à adimplência de planos de pagamento continuado e como garantia de contratos de aluguel, por exemplo.

Dados de julho

O setor supervisionado pela Susep obteve receitas de R$ 41 bilhões em julho de 2025. Somente o segmento de seguros (excluindo VGBL) arrecadou R$ 20 bilhões em julho de 2025, enquanto os produtos de acumulação arrecadaram R$ 19 bilhões no mês. Já o segmento de capitalização arrecadou R$ 3 bilhões no mês.

Fonte: Seguro Gaúcho