Gol promete normalizar voos a partir de hoje

Depois dos transtornos causados a passageiros desde a noite de quinta-feira, com atrasos e cancelamentos de voos pelo país, a Gol promete normalizar as operações a partir de hoje. Especialista em aviação analisa que a empresa protagonizou o maior número de falhas por operar no limite, sem reserva de aeronaves e tripulação para situações de emergência no caso, as chuvas que caíram sobre Rio de Janeiro e São Paulo.

Ontem, enquanto a Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero) voltava a registrar problemas – 11,9% dos voos domésticos atrasados e 4,7% cancelados pelo Brasil –, a Gol lançou nota se explicando. Admitiu que ainda estava com 17% de retardamentos, percentual que poderia oscilar a 25%. No entanto, prometeu: “As operações devem atingir índices adequados à rotina das operações aéreas até a manhã desta segunda-feira”.

A chuvarada prejudicou outras companhias, mas não tanto quanto a Gol. O professor de Engenharia Aeronáutica da Universidade de São Paulo (USP) James Rojas Waterhouse explica que a Gol tenta a utilização máxima dos equipamentos e da tripulação e mantém a estrutura enxuta.

– Quando tudo funciona bem, a eficiência é ímpar. Se ocorre algum imprevisto externo, os problemas também acontecem porque a margem de solução é pequena – observa.

Waterhouse avalia que a Gol talvez não dispusesse de aviões e tripulantes de prontidão na quantidade suficiente para recompor a escala de voos afetada pela chuva. Ele lembra que pilotos têm jornadas regulamentadas e não podem trabalhar cansados.

– Foi algo típico de qualquer empresa que atua com taxa de utilização máxima da sua estrutura – define.

O professor da USP diz que o efeito cascata dos atrasos e cancelamentos pode demorar alguns dias para voltar à normalidade. Ontem o aeroporto de Brasília era o mais tumultuado, com 38,3% de retardamentos. Já os terminais de São Paulo e do Rio de Janeiro depois do caos recuavam a índices em torno de 10%.

A Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) divulgou ontem que autuou a Gol por falhas na assistência aos passageiros. Cada infração pode gerar multa de R$ 4 mil a R$ 10 mil. Numa análise prévia o total chegaria a R$ 300 mil. Hoje representantes de empresas aéreas apresentarão à Anac os planos da Operação Fim de Ano, para evitar contratempos no período de maior movimento.

Fonte: Jornal de Santa Catarina