Otimistas e pouco preparados

A pesquisa em números:

  •       16 mil entrevistados em fevereiro de 2015: 14.400 trabalhadores ativos e 1.600 aposentados.
  •      15 países pesquisados: Alemanha, Austrália, Brasil, Canadá, China, Espanha, Estados Unidos, França, Holanda, Hungria, Índia, Japão, Polônia, Reino unido, Turquia e Polônia.
  •        O estudo global está em sua 4º edição e é segunda vez consecutiva que o Brasil participa, com mil pessoas entrevistadas.

 

A 4ª edição da pesquisa anual de Preparo para a Aposentadoria (The Aegon Retirement Readiness Survey: Inspiring a world of habitual savers) realizada pela seguradora Aegon, parceira global da Mongeral Aegon no Brasil, realizada em 15 países em janeiro e fevereiro deste ano, revela que o otimismo da população brasileiraquanto à aposentadoria ainda não resulta em ações eficazes para garantir o futuro financeiro, e mostra as lacunas que precisam ser preenchidas para se evoluir na discussão do tema. 

Questionadas sobre o atual cenário econômico do Brasil, a maior parte da população está otimista, com 52% acreditando em mudanças positivas na economia nos próximos 12 meses, contra 35% que esperam alguma piora. 68% esperam melhora em suas finanças pessoais. Porém, esse clima positivo não se reflete em como os brasileiros veem as futuras gerações de aposentados as perspectivas. Nos próximos anos, a maioria (41%) acredita que a situação vai piorar para as futuras gerações.  Já 32% acreditam em um cenário igual ao atual, enquanto a minoria (23%) acha que vai melhorar.

O Brasil ficou em segundo lugar entre os 15 países pesquisados no Índice Aegon de Preparo para a Aposentadoria(ARRI), criado pela seguradora para avaliar os hábitos de poupança e planejamento para esta fase da vida.  Com nota 6,7, considerada mediana, os brasileiros estão atrás somente dos indianos (7,0) no ranking. A média global foi de 5,9, considerada uma nota baixa pelo critério de avaliação. No entanto, mesmo com esta classificação de destaque no ranking e uma postura otimista, o estudo revela que o brasileiro tem desafios pela frente: 37% não acreditam na sua própria capacidade de manter seu estilo de vida e viver de forma confortável na aposentadoria, contra 28% que estão muito confiantes. Deste total, as mulheres estão mais otimistas do que os homens- 41% contra 34%, respectivamente.

Desafios

O estudo mostra que ainda existe uma grande lacuna entre o nível de conscientização e os verdadeiros hábitos de poupar. Do total de trabalhadores entrevistados, apenas 23% possuem planos formais, ou seja, algum planejamento concreto. Há ainda 28% que não participam de nenhum sistema para aposentadoria e 47% que possuem planos, mas não "por escrito”.

Andrea Levy acredita que para esse quadro evoluir é essencial o envolvimento de todos: a população, adotando hábitos constantes de poupança; as empresas, que devem contribuir oferecendo planos corporativos; e o governo, adaptando as regras à atual realidade da população, elevando a idade de aposentadoria para estimular as pessoas a trabalhar por mais tempo e estimulando reformas que incentivem uma aposentadoria gradual, desejo identificado na pesquisa. Entre os entrevistados, 29% pretendem parar de trabalhar gradualmente antes de se aposentar totalmente, adotando horários flexíveis ou contratos temporários, contra 24% que farão a transição para aposentadoria de forma imediata.

A adoção de um planejamento financeiro que considere imprevistos na capacidade de gerar renda durante a vida profissional ainda é um desafio. A maior parte da população continua contando apenas com a poupança individual para essas situações inesperadas: 57% afirmam que, se for necessário interromper o trabalho por longo período ou não conseguirem mais gerar renda até a idade da aposentadoria, vão contar com essas economias. Do total, 24% esperam contar com a renda do cônjuge, 19% com o seguro por invalidez, 18% com a venda de um bem, como um imóvel, e 18% possuem algum tipo de seguro como plano B.

  Quem poupa: o perfil dos poupadores no Brasil

Uma análise do perfil dos poupadores brasileiros ativos no mercado de trabalho foi feita com base na classificação por grupos: poupadores aspirantes, poupadores habituais, poupadores ocasionais, poupadores passados e não poupadores. O objetivo foi entender as contribuições necessárias, tanto do governo como das empresas, para a melhoria na perspectiva da aposentadoria das pessoas. Aqueles com hábitos constantes de poupar para o futuro representam 38%; os ocasionais, representados pelos que economizam de vez em quando, são 23%; os aspirantes, aqueles que pretendem poupar no futuro são 22%. Já os poupadores passados, grupos de pessoas que já pouparam no passado e não mantiveram esse hábito correspondem a 12%; enquanto 4% são os que não poupam e nem pretendem poupar no futuro.

Uma das alternativas para auxiliar os poupadores aspirantes, grupo caracterizado por mulheres e jovens na faixa dos 36 anos, que podem estar encontrando obstáculos para iniciar um planejamento, é um plano integrado entre empregadores e governo, o que poderia deslocar este grupo e o dos poupadores ocasionais para a parcela daqueles que possuem um hábito constante de poupança para aposentadoria.  “Uma aposentadoria confortável não depende unicamente de altos salários, mas do costume de poupar”, explica Leandro Palmeira, superintendente de projetos estratégicos da Mongeral Aegon e representantes do Brasil no grupo de pesquisa da Aegon.  A pesquisa apoia esta afirmação: cerca de 26% de pessoas com salário até R$ 1.499 tem o hábito de poupar, contra 37% dos entrevistados com renda mensal entre R$1.500 e R$ 10.899.

Recomendações e caminhos para o futuro

Para contribuir com a evolução do tema, a pesquisa aponta caminhos. Todos levam em consideração os três pilares fundamentais para garantir a segurança financeira para a população e um sistema de previdência sustentável: indivíduos, empregadores e governos.

Indivíduos: Devem ter maior controle do seu futuro financeiro, buscando mais conhecimento sobre as opções de investimentos e planos existentes, além de traçar metas para as finanças relacionadas à aposentadoria.  Poupar constantemente, mesmo que seja com pequenos valores de investimento. Não contar apenas com a poupança individual para o caso de imprevistos que afetem a geração de renda por um tempo, buscando um plano B para essas situações, como os seguros por invalidez e doenças.

Empregadores: Devem criar ou aumentar os programas de educação financeira no ambiente de trabalho e estimular o hábito de poupar em situações de rotina, atrelando os incentivos a momentos importantes, como aumentos de salário. Outra contribuição é facilitar o acesso aos planos de aposentadoria. Adotar novas políticas no ambiente de trabalho e benefícios para atender a diferentes faixas de idade, permitindo que as pessoas construam suas reservas durante a carreira e que possam trabalhar além da idade normal de aposentadoria.

Governo: Deve estimular programas de aposentadoria gradual, com um modelo que permita a transição em fases. Assim, aqueles que atingirem a idade para se aposentar podem continuar trabalhando de forma reduzida (carga horária menor, posições menos exigentes, salário reduzido, etc.). Os trabalhadores continuariam ganhando benefícios de aposentadoria adicionais, proporcionalmente ao tempo adicional de emprego, que passaria a ser inferior ao tempo integral. Outra iniciativa indicada é facilitar a educação na força de trabalho e programas de bem-estar, assim como a criação de incentivos fiscais para os empregadores que adotem estes programas. O governo pode, ainda, estimular os trabalhadores a criarem um plano B caso eles não consigam trabalhar até a idade planejada de aposentadoria devido à perda de emprego, invalidez etc., através de ampliação da isenção de impostos em seguros e outros produtos de proteção financeira.

Os relatórios completos estão disponíveis para download em https://www.mongeralaegon.com.br/mongeral-aegon/mongeral-aegon/grupo-aegon/

Sobre a Aegon – No mercado há mais de 170 anos, a Aegon tem crescido como uma companhia internacional, com presença em mais de 25 países na América, Europa e Ásia. Atualmente, é uma das maiores organizações financeiras, com atuação nos segmentos de Seguro de Vida, Fundo de Pensão e Gestão de Ativos. Na Holanda, é responsável por aproximadamente 25% das pensões e tem sob sua gestão o equivalente a R$ 1,5 trilhão. O propósito da companhia é ajudar as pessoas a assumir a responsabilidade por seu futuro financeiro, razão compartilhada pela Mongeral Aegon em sua atuação no Brasil.

Sobre o Aegon Center for Longevity and Retirement - Fruto da colaboração de especialistas reunidos pela Aegon com representantes da Europa, das Américas e da Ásia. A missão do Centro é conduzir pesquisas, educar a população e fomentar o diálogo global sobre tendências e oportunidades em torno da longevidade, do envelhecimento da população e da segurança previdenciária.

Sobre a Mongeral Aegon  A companhia completou 180 anos em atuação constante este ano e desde 2009, faz parte do Grupo Aegon.  Está presente em todo o Brasil por meio de 60 unidades de negócios, 1.200 funcionários e 4 mil corretores parceiros, que atendem a mais de 1 milhão de clientes, para os quais a empresa assegura mais de R$ 150 bilhões. Nos últimos anos, a expansão dos negócios deu origem ao Grupo Mongeral Aegon, formado pela seguradora, pelo Mongeral Aegon Fundo de Pensão, pela Mongeral Aegon Investimentos e, ainda, por uma empresa de gestão previdenciária.

Fonte: In Press Porter Novelli