MAPFRE Investimentos analisa atividades econômicas de agosto

Diante de sinais de baixo crescimento nas principais economias mundiais, motivado por diversos fatores em países como Estados Unidos, China e a região da Europa. No Brasil, prevaleceu o compasso de espera em relação à evolução dos indicadores de confiança e da definição do calendário de medidas relativas ao ajuste fiscal. A análise dos gestores da MAPFRE Investimentos traz mais detalhes sobre a movimentação econômica ocorrida no mês passado.

Cenário macroeconômico

As perspectivas de crescimento nas economias centrais seguiram marcadas pelo baixo dinamismo.  Nos Estados Unidos, a economia deu sinais de que caminha com gradualismo, com crescimento dos salários relativamente fraco, reduzindo a pressão inflacionária no médio prazo. Esse resultado pode ser atribuído ao baixo crescimento da produtividade, que explica em boa parte a divergência entre o avanço robusto no emprego e a desaceleração na atividade. Isso significa que o Federal Reserve (Fed, o Banco Central dos Estados Unidos) deverá se manter cauteloso em relação à elevação da sua taxa básica de juros.

Europa

Medidas restritivas de comércio e imigração devem levar a menores ganhos de produtividade e no nível de ocupação em prazos mais longos na Europa, reduzindo o potencial de crescimento econômico da região. Além disso, o efeito negativo da incerteza sobre o consumo e o investimento deve causar desaceleração do produto interno bruto (PIB), em especial nos países afetados pelo Brexit. Diante disso, a expectativa dos analistas da MAPFRE Investimentos é de que o Banco Central Europeu (BCE) permaneça cauteloso e que a política monetária na região siga intacta em território expansionista.

China

Medidas de restrição à saída de capitais resultaram em estabilidade do câmbio e do nível de reservas na China.  Por outro lado, há desequilíbrios que impõem riscos a esse cenário de relativa calmaria. A proliferação de instrumentos de crédito alternativos eleva a probabilidade de inadimplência do sistema financeiro, em especial em instituições financeiras de médio porte.  Isso representa risco adicional para o crescimento da economia chinesa. É importante ressaltar que este momento não aponta para um movimento de recuperação, de acordo com a ilustração a seguir. Nesse contexto, a MAPFRE Investimentos avalia que haverá um cenário de contínua desvalorização do yuan e de recorrentes intervenções do governo como forma de conter a desaceleração mais intensa da economia.

 

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Em resumo, as políticas monetárias das economias centrais devem permanecer em modo expansionista. Isso explica porque ativos de países emergentes seguem sujeitos à valorização, mesmo que dissociados dos fundamentos econômicos. Esse contexto favorece movimentos de realização de lucros à medida em que as condições externas forem desfavoráveis ou à medida em que houver deterioração dos fundamentos econômicos.

No Brasil

Na economia brasileira, persistem incertezas sobre a política econômica, em especial sobre a concretização de reformas que revertam a tendência de endividamento público.O mês de agosto foi de volatilidade e volume reduzidos no mercado local, com os investidores em compasso de espera sobre desdobramentos do processo de impeachment no Senado Federal. O Ibovespa registrou modesta alta no período, de 1,15%. No ano, a valorização acumulada é de 33,60%. O fluxo de investimentos estrangeiros na bolsa brasileira foi negativo em R$ 2,2 bilhões, mas no ano ainda acumula superávit de R$ 15 bilhões.

Renda fixa

No mercado de renda fixa, a curva de juros não apresentou movimentos relevantes em agosto. “Aumentamos nossa exposição comprada na parte mais curta da curva, via opções, acreditando na manutenção da Selic até o fim do ano. Também aumentamos levemente a exposição na parte intermediária da curva, via contratos futuros. Na parte de inflação, iniciamos um posicionamento comprado em NTN-B curta, pois as projeções da gestora apontam para inflação mais pressionada no último trimestre do ano, em especial em novembro e dezembro”, diz Eliseo Viciana, vice-presidente da MAPFRE Investimentos. No book de renda fixa internacional, foi mantido o posicionamento no Treasury de 10 anos, via contratos futuros BM&F.

No mercado de câmbio, a MAPFRE aproveitou o atual patamar do dólar e o baixo nível das volatilidades das opções para montar duas posições compradas em dólar e vendidas em Real, via Call Spreadde opções, sendo uma para outubro e a outra para novembro, ambas com ótima relação de risco retorno.

Com relação ao book de renda variável, a MAPFRE teve uma contribuição positiva de sua carteira. Os destaques foram o setor siderúrgico (17,2%) e financeiro (10,3%). Ao longo do mês, foi diminuída consideravelmente a exposição ao setor bancário, dado que o nível de preços estava próximo de nossos preços-alvos. A gestora também zerou algumas posições do setor de alimentos e bebidas e de rodovias, pelos mesmos motivos. No lugar, foi adicionada à carteira empresa de papel e celulose na carteira, ativos que nos parecem ter uma boa relação risco retorno.

SOBRE A MAPFRE - A MAPFRE Brasil, no país desde 1992, é parte do grupo espanhol que forma uma das maiores empresas de prestação de serviços nos mercados segurador, financeiro, de saúde e pesquisa do mundo. Sólida e inovadora, está presente em mais de 45 países na Europa, Ásia, África e América. Especialista nos segmentos em que atua, a MAPFRE Brasil opera com bases de negócios sustentáveis e é dividida em unidades de Investimentos, Consórcios, Capitalização, Previdência e Vida Resgatável, Saúde, Assistência e Pesquisa e Desenvolvimento (CESVI Brasil). A companhia ainda mantém a Fundación Mapfre, instituição sem fins lucrativos, que promove e desenvolve atividades de interesse geral da população.

A unidade Mapfre Investimentos é especializada na gestão de fundos de investimentos que atendem aos segmentos de pessoa física, jurídica e institucional, totalizando hoje um volume superior a R$ 9 bilhões.

Fonte: CDN - Comunicação