Queda de produção industrial supera previsão

Uma queda acima da previsão da produção industrial brasileira em março demostra que este setor ainda encontra fortes dificuldades para entrar no trilho de crescimento após dois anos de profunda recessão da economia. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a queda da produção foi de 1,8% em março comparado ao mês anterior, superando a mediana das previsões, na casa de 1%. Dos 24 ramos industriais pesquisados, 15 recuaram, com destaque para o setor de veículos automotores, reboques e carrocerias, com retrocesso de 7,5%. Outros segmentos que puxaram a queda foram produtos farmoquímicos e farmacêuticos, com 23,8%, e a fabricação de coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis, 3,3% negativos.

A queda mais acelerada fez março apresentar o pior resultado mensal desde a queda de 3,3% em agosto do ano passado, e o desempenho mais fraco para março na série histórica iniciada em 2002.

Nesta terça-feira, 3, o IBGE revisou o dado mensal de fevereiro para estagnação da produção, após divulgar aumento de 0,1%. Também houve recuo em janeiro, que piorou- 0,4%- sobre queda de 0,2% antes. "O mercado doméstico ainda tem dificuldade com o número elevado de desocupados, com o rendimento desfavorável, com o comprometimento de renda e a inadimplência", resumiu o economista do IBGE André Macedo.

Todas as categorias apresentaram perdas em fevereiro, com o pior desempenho em Bens de Consumo duráveis, de 8,5%, perda mais forte desde junho de 2015 (-13,2%) e pressionada pela redução da produção de eletrodomésticos da linha marrom e automóveis.

Já em Bens de Capital, que serve de medida de investimento, houve queda de 2,5% da produção em março sobre fevereiro, mesma taxa registrada por bens Intermediários.

Fonte: CNseg