Câmara discute saídas contra notícias falsas

Especialistas apontaram algumas saídas para barrar a proliferação de notícias falsas no Brasil,  na 11ª Conferência Legislativa sobre Liberdade de Expressão, ocorrida nesta terça-feira (9) na Câmara dos Deputados. Lei específica, fortalecimento do jornalismo profissional e educação da sociedade para lidar com as redes sociais são as medidas mais efetivas. O evento foi promovido pela Secretaria de Comunicação Social (Secom) da Câmara em parceria com o Instituto Palavra Aberta. 

Para o secretário de Comunicação Social da Casa, deputado Márcio Marinho (PRB-BA), os políticos são especialmente atingidos pela proliferação das notícias falsas e tendenciosas, segundo reportagem da Agência Câmara. A seu ver, a apuração da veracidade da notícia torna-se fundamental na era da “pós-verdade” - definida por ele como “um tempo em que todos os cidadãos estão vulneráveis a mensagens falsas ou enviesadas”.

O diretor da empresa Bites, especializada em monitoramento de redes, Manoel Fernandes, destacou que a notícia falsa tem uma capacidade de disseminação “gigantesca”. De acordo com dados da empresa, existem pelo menos 30 sites de “pós-verdade” no País, que têm 9,2 milhões de visitas mensais. “72% do tráfego desses sites vêm das redes sociais”, informou.

Muitos desses sites têm até 10 vezes mais compartilhamentos no Facebook do que portais de empresas jornalísticas consolidadas. “É uma máquina de compartilhamento”, apontou Fernandes.

Mudança na legislação 
Para lidar com o problema, o cientista político e diretor-presidente da empresa Arko Advice, Murillo de Aragão, defendeu uma legislação específica que efetivamente puna a publicação de notícias falsas, inclusive as publicadas por sites hospedados em outros países. A Câmara já analisa proposta (PL 6812/17) com esse fim, de autoria do deputado Luiz Carlos Hauly (PSDB-PR). Aragão defendeu ainda o “direito ao esquecimento” – ou seja, o apagamento de notícias falsas de toda a rede.

Fonte: CNseg