Coriolano destaca importância do seguro para o País

Ao participar da Rio Money Fair, evento que reúne, entre outros, investidores, empresários, banqueiros, nesta quarta-feira (10) à tarde, no Rio, o presidente da CNseg, Marcio Coriolano, destacou que, apesar do ambiente recessivo sinalizado desde 2014, o mercado segurador apresenta um crescimento nominal consistente nesse período, o que demonstra sua resiliência ao ciclo de baixa da economia. O mercado, que cresceu 10,3% em termos nominais em 2015, avançou 9,3% em 2016, uma desaceleração de apenas um ponto percentual, em um ano crítico para o País, lembrou ele.

Em 2016, a arrecadação do mercado segurador, incluindo Saúde Suplementar, totalizou R$ 403,4 bilhões. Mais de R$ 164 bilhões foram oriundos das operadoras de Saúde Suplementar; R$ 148,6 bilhões ficaram a cargo de Previdência Privada; R$ 69,6 bilhões foram de prêmios de seguros de patrimônio; e R$ 21,1 bilhões obtidos pelas empresas de Capitalização, informou ele.

O quadro macroeconômico mais favorável neste ano, com queda consistente da inflação, já permite ao mercado segurador estar no seleto grupo de setores de desenvoltura muito positiva no primeiro trimestre do ano. “Os números do mercado apresentados nos três primeiros meses de 2017 apontam para uma satisfatória estabilidade. Tanto que, em março, o crescimento nominal do mercado no acumulado de 12 meses alcançou 13,9% na comparação com igual período do ano passado. Ou seja, voltamos ao melhor nível de 2015”, afirmou ele, para quem o comportamento do setor contrasta com a inércia de outros setores da economia.

Para ele, os motores do mercado de seguros, contudo, não mudaram substancialmente, o que significa que grande parte da receita ainda está calcada nos planos de previdência VGBL e PGBL, no seguro de Vida Individual. Vale destacar o bom desempenho do Seguro de Garantia e do Seguro Rural, acrescentou.

A seu ver, a manutenção da busca de coberturas por empresas e pessoas numa economia que ainda está frágil é uma boa notícia e uma indicação de que a demanda deverá se ampliar à medida que a recuperação econômica avance.

Porém, uma recuperação consistente, efetiva e duradoura da economia só será viável com a aprovação das reformas estruturantes pelo Congresso Nacional. Nesse sentido, são vitais as reformas da Previdência e a Trabalhista, porque darão mais confiança e previsibilidade aos investimentos. Também a nova lei de Licitações de Obras, tendo em vista os novos parâmetros do seguro de Garantias, é também prioritária para acelerar a recuperação da economia e a demanda por coberturas.

A aprovação de regulamentos para produtos, como o do Universal Life ou a modalidade de capitalização de planos e seguros de Saúde, é outra ação importante para o crescimento do mercado segurador. Também deve constar da pauta a flexibilização do seguro estatal de acidente de trabalho. Ao finalizar seu discurso, Marcio Coriolano disse que este momento, embora crítico, é valioso para o mercado de seguros demonstrar que tem capacidade para ampliar a proteção de patrimônios, saúde e rendas, e ratificar seu papel desproporcional (e desconhecido) para o desenvolvimento do país.

Organizada pelo Instituto Ibemec Mercado de Capitais, a Rio Money Fair dedica, neste segundo dia, um painel exclusivo para os mercados de seguros e resseguros. Do painel “Rio Polo de Seguros e Resseguros da América Latina", participaram, além de Marcio Coriolano, o presidente do IRB Brasil, Tarcísio Godoy, a diretora da Icatu Seguros, Luciana Bastos e Eduarda de LaRocque, presidente do Cariocas em Ação.

O último painel, “Opções de Investimentos e Perspectivas Econômicas para o Segundo Semestre de 2017”, contou com a participação do ministro do Planejamento, Dyogo de Oliveira.

Fonte: CNseg