Tesouro Direto: recorde atualizado com sucesso; taxas de títulos IPCA pagam até 7,38%
Hoje, o relatório Focus, divulgado semanalmente pelo Banco Central, mostrou forte piora nas projeções dos economistas de mercado para o IPCA e a Selic
Os juros oferecidos pelos títulos públicos disparam nesta segunda-feira (9), sem alívio mesmo depois do forte estresse dos últimos pregões. Os atrelados à inflação renovaram seu recorde do ano, pagando mais de 7,30% ao ano.
O relatório Focus, divulgado semanalmente pelo Banco Central, mostrou forte piora nas projeções dos economistas de mercado para o IPCA e a Selic.
O aumento das projeções de juros e inflação é provocado principalmente pela piora na percepção de risco com a política fiscal, em meio a relatos de que o pacote de contenção de gastos - já mal recebido pelo mercado - seja desidratado em relação ao desenho original do Ministério da Fazenda.
Membros do governo já admitem a possibilidade de ter que ajustar o endurecimento das regras para o acesso ao Benefício de Prestação Continuada (BPC), uma das mudanças propostas pelo pacote que mais sofrem resistência no Congresso.
A discussão sobre cumprimento ou não do arcabouço continua em uma semana que os investidores ainda aguardam os dados de inflação, que serão divulgados amanhã (10), e mais uma decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) na quarta (11), que deve aumentar a Selic. Alta de 1 ponto da Selic nesta quarta (11) agora domina apostas de investidores
Por volta das 12h, os títulos prefixado mais curto, com vencimento em 2027, oferecia 14,75% ao investidor. Na mesma toada, os atrelados à inflação também pagavam mais, com vencimento mais longo oferecendo até 7,38%.
O atual patamar das taxas é considerado como oportunidade para novos investidores, segundo analistas. No caso do Tesouro IPCA+, que chegou ao nível dos 7% ao ano de lucro e tem sido o mais recomendado do ano, o papel protege a carteira da inflação enquanto oferece o investidor lucra. As taxas e preços dos títulos são inversamente proporcionais. O que significa dizer que, tanto nos papéis prefixados quanto naqueles indexados ao IPCA, quanto maior a taxa, menor o preço e vice-versa. Quando as taxas sobem, portanto, apesar de ser uma boa notícia para quem vai investir - já que assegura rentabilidade maior se mantiver a aplicação até o vencimento, o valor de mercado dos papéis diminui, o que implica em perda temporária para quem possui os títulos na carteira.
Desempenho do Tesouro Direto nesta segunda-feira (9)
Título Rentabilidade anual Investimento mínimo Preço Unitário Vencimento Tesouro Prefixado 2027 14,75% R$ 7,54 R$ 754,48 01/01/2027 Tesouro Prefixado 2031 14,26% R$ 4,48 R$ 448,45 01/01/2031 Tesouro Prefixado com juros semestrais 2035 13,95% R$ 8,44 R$ 844,92 01/01/2035 Tesouro Selic 2027 SELIC + 0,0356% R$ 157,09 R$ 15.709,61 01/03/2027 Tesouro Selic 2029 SELIC + 0,1080% R$ 156,51 R$ 15.651,03 01/03/2029 Tesouro IPCA+ 2029 IPCA + 7,38% R$ 31,97 R$ 3.197,04 15/05/2029 Tesouro IPCA+ 2035 IPCA + 6,93% R$ 21,83 R$ 2.183,12 15/05/2035 Tesouro IPCA+ 2045 IPCA + 6,83% R$ 11,42 R$ 1.142,74 15/05/2045 Tesouro IPCA+ com juros semestrais 2035 IPCA + 7,01% R$ 40,88 R$ 4.088,15 15/05/2035 Tesouro IPCA+ com juros semestrais 2040 IPCA + 6,84% R$ 41,26 R$ 4.126,39 15/08/2040 Tesouro IPCA+ com juros semestrais 2055 IPCA + 6,87% R$ 39,36 R$ 3.936,89 15/05/2055 Fonte: Tesouro Direto deslize para ver o conteúdo
Fonte: Valor Investe Online