Atividades urbanas também estão em risco de contaminação por agrotóxicos
Você sabia que a exposição a agrotóxicos não se limita ao campo?
Um estudo publicado na Revista SciELO Brasil revelou que 33 categorias profissionais estão expostas a riscos de contaminação por agrotóxicos. Entre elas, seis não pertencem ao setor agropecuário, incluindo trabalhadores de fábricas de defensivos agrícolas, controle de pragas urbanas e paisagismo.
Os dados do estudo ressaltam a necessidade de políticas públicas de monitoramento e prevenção, já que a contaminação por produtos químicos pode causar intoxicações agudas e doenças crônicas.
Quem está em risco? Profissões expostas a agrotóxicos.
Setor Agrícola (já conhecido pelo alto risco):
- Agricultores e pecuaristas
- Trabalhadores rurais em cultivo e pecuária
Atividades urbanas identificadas com risco de exposição:
- Fabricação de defensivos agrícolas
- Produção de desinfetantes domissanitários
- Fabricação de medicamentos veterinários
- Serviços de imunização e controle de pragas urbanas
- Atividades paisagísticas e jardinagem
- Regulação de atividades de saúde, educação e serviços sociais
Os profissionais dessas áreas podem ter contato direto ou indireto com agrotóxicos, muitas vezes sem a devida proteção ou conhecimento sobre os riscos.
Impactos na saúde da exposição a agrotóxicos
Aumento de intoxicações
- Entre 2007 e 2015, houve um crescimento de 139% nos casos notificados de intoxicação aguda por agrotóxicos, totalizando 84.206 ocorrências no período
- 28,8% dos casos foram entre trabalhadores agrícolas
Doenças crônicas e subnotificação
- 78,8% dos casos registrados foram intoxicações agudas, mas há pouca notificação sobre doenças crônicas associadas à exposição prolongada
- O desconhecimento sobre os efeitos dos agrotóxicos dificulta diagnósticos e políticas de prevenção
Taxas de letalidade e mortalidade
- Em 2015, a letalidade das intoxicações foi de 4,38%
- A taxa de mortalidade foi de 0,05 por 100.000 habitantes
Esses números revelam um problema subestimado e reforçam a necessidade de vigilância epidemiológica contínua.
Como reduzir os riscos de agrotóxicos? Medidas de prevenção
1. Fortalecimento das políticas públicas
- Ampliação da vigilância epidemiológica para identificar trabalhadores expostos
- Adoção de normas de segurança ocupacional específicas para setores urbanos em risco
2. Educação e conscientização
- Treinamento para trabalhadores sobre riscos e medidas de proteção
- Campanhas informativas para empresas que utilizam produtos químicos perigosos
3. Monitoramento da Saúde Ocupacional
- Exames periódicos para trabalhadores expostos
- Implementação de protocolos de segurança e equipamentos de proteção individual (EPIs)
4. Regulamentação e controle do uso de agrotóxicos
- Maior controle sobre fabricação e comercialização de defensivos químicos
- Incentivo a práticas sustentáveis e alternativas menos tóxicas
Fonte: CNseg | Notícas do Seguro