11º Encontro de Lideranças: Fenacor apresenta o PDMIS

A Federação Nacional dos Corretores de Seguros (Fenacor) realizou, sexta-feira (05 de dezembro), no auditório de sua sede, no Rio de Janeiro, o 11º Encontro de Lideranças. O ponto alto do evento foi a apresentação do PDMIS - Plano Diretor para o Mercado da Intermediação de Seguros, com metas que se estendem até 2035, conduzida pelo economista Cláudio Contador, coordenador do projeto.

O PDMIS está estruturado em cinco pilares estratégicos: ampliação da receita do corretor de seguros; defesa intransigente do consumidor; valorização do corretor qualificado, com ênfase no capital humano, inovação e tecnologia; oferta de novos serviços; e diversificação da atuação em ramos ainda pouco explorados.

Para operacionalizar esses pilares, o plano estabelece dez propostas centrais, entre as quais se destacam:

  • Monitoramento contínuo e expansão das receitas de corretagem;
  • Crescimento das receitas provenientes de consultoria, gestão de riscos e outros serviços agregados;
  • Agenda estruturada de qualificação profissional, com foco em treinamento, autorregulação, ética, certificação diferenciada e melhoria da imagem do corretor;
  • Realização de análise SWOT pioneira do mercado de intermediação;
  • Reforço público do compromisso do corretor como representante exclusivo do consumidor;
  • Apresentação à Susep de medidas técnicas em benefício do segurado;
  • Definição de metas quantitativas por segmento;
  • Adoção de metodologia inovadora de tratamento de dados para acompanhamento permanente de indicadores; e
  • Correção tempestiva de desvios indesejados.

Cláudio Contador informou que a receita anual da corretagem no Brasil é estimada em cerca de R$ 52 bilhões, com faturamento médio de R$ 350 mil por empresa. Atualmente, há 62 mil empresas de corretagem e aproximadamente 80 mil corretores de seguros pessoas físicas.

Contador destacou a elevada concentração - 91% da receita provêm de seguros de danos (riscos diversos) - e revelou que o crescimento da corretagem ainda não acompanha o ritmo de expansão dos prêmios de seguros.

PROJEÇÕES

O PDMIS incorpora projeções macroeconômicas até 2035, baseadas em dados das consultorias internacionais FocusEconomics e Consensus Economics, além de análises das duas maiores empresas independentes de pesquisa macroeconômica mundial.

A modelagem integra variáveis econômicas com o comportamento dos prêmios e da corretagem, permitindo simulações estruturadas e monitoramento contínuo. Os indicadores e resultados estatísticos serão divulgados nos sites da Fenacor, ENS, IBDCOR e demais entidades parceiras.

Na abertura do encontro, o presidente da Fenacor, Armando Vergilio, reforçou a importância da união do setor e convocou toda a cadeia produtiva - especialmente a CNseg e seu ecossistema - para contribuir ativamente com sugestões, críticas e propostas até março de 2026, data prevista para conclusão do PDMIS.

Já o presidente da CNseg, Dyogo Oliveira, reconheceu o bom momento do mercado segurador, mas alertou contra a acomodação. "Estamos num ótimo momento, mas não podemos nos acomodar. Ainda temos um mundo a fazer em seguros", afirmou. Ele citou como exemplo a ausência de cobertura obrigatória para barragens no país e defendeu que tecnologia deve ser vista como ferramenta, nunca como fim. "O objetivo é vender seguro e chegar à última milha, convencendo o cliente. Caso contrário, não cumprimos nossa função social", enfatizou, reafirmando total apoio da CNseg às pautas do plano.

O evento contou ainda com apresentações do CEO da unidade de negócios Porto Seguro do grupo Porto, Rivaldo Leite, e do CEO da Capemisa Seguradora, Jorge Andrade, que compartilharam estratégias, projetos e perspectivas de suas respectivas empresas para o mercado brasileiro de seguros.

Fonte: Fenacor