Expectativa é de crescimento

Os sinais de que a crise começa a perder força estão dando novo ânimo ao setor de previdência complementar. Na Federação Nacional de Previdência Privada e Vida (Fenaprevi) o clima é de otimismo, já que a entidade estima as vendas do setor subindo até 12% este ano, para perto de R$ 35,6 bilhões, pouco abaixo da expansão contabilizada em 2008, de 13,3%, com receita na casa de R$ 31,8 bilhões. "A crise reduziu a capacidade de poupança da sociedade. Mas vamos manter até o final do ano o ritmo de crescimento em torno de 12% registrado até maio", previu, na última quinta-feira, dia 31/07, o vice-presidente da Fenaprevi, Renato Russo, na abertura no 2º Seminário Internacional de Marketing e Vendas de Vida e Previdência, realizado em São Paulo. Para reforçar essa expectativa positiva, a entidade aposta no sucesso dos novos produtos de previdência privada que prevêem a acumulação de reservas para gastos com saúde e educação. O pleito do setor é por incentivos fiscais diferenciados, condição considerada fundamental para o sucesso desses novos planos. Renato Russo garantiu que as negociações com a Superintendência de Seguros Privados (Susep) e outros órgãos do governo estão avançadas e que, ainda este ano, esses produtos estarão aprovados. O executivo defendeu ainda a desoneração do setor de previdência complementar aberta, com regras tributárias que favoreçam a administração de recursos de longo prazo. "Precisamos disso para buscar maiores taxas de crescimento", argumentou. Outro ponto importante para as seguradoras é a adoção de uma tábua biométrica de referência, que deverá ser usada por todo o setor no desenho de novos produtos. Renato Russo considerou factível a implementação desse projeto até dezembro. Ele adiantou que a Fenaprevi concluirá nos próximos dias um amplo estudo propondo uma regulamentação do microsseguro. A ideia, segundo ele, é oferecer produtos que atendam às camadas mais pobres da população e canais de distribuição que facilitem o acesso desse público aos novos produtos. Para o executivo, a redução da taxa de juro (Selic) para 8,75% ao ano muda significativamente os tipos de produtos e a forma de distribuição de planos de previdência e de vida no Brasil. Diante desse cenário, ele vê como desafios para o setor a capacidade de orientar os investidores a buscarem novas opções de investimentos e a revisão das alíquotas dos fundos de previdência para que se possa rentabilizar a operação diante da redução das taxas para recompor as margens. Desempenho Segundo a Fenaprevi, a captação de planos de previdência registrou R$ 2,9 bilhões em maio, apresentando crescimento de 19,2% na comparação com igual mês do ano anterior. O destaque, mais uma vez, foi o VGBL, produto no qual o volume de novos depósitos chegou a R$ 2,3 bilhões no período, alta de 24,7%. Já o PGBL cresceu 5,1%, com receita de R$ 353,4 milhões. Os planos tradicionais captaram, por sua vez, R$ 248,7 milhões, queda de 2,9%. Os outros produtos de previdência (Fapi, PGRP e VGRP) faturaram R$ 1,2 milhão, registrando retração de 27,8%. Os dados da Fenaprevi mostram que em maio os planos para crianças captaram R$ 209 milhões, alta de 23,9% em relação a maio de 2008. Entre os dois períodos comparados, as provisões técnicas subiram 17,9%, para R$ 154,2 bilhões. Fonte: Jornal do Commercio