Captação líquida dos fundos de previdência em 12 meses chega a R$ 16,6 bilhões

Os fundos de previdência, que recebem recursos de planos PGBL e VGBL, registraram captação líquida de R$ 16,6 bilhões nos últimos 12 meses encerrado em julho. Segundo o vice-presidente da Federação Nacional de Previdência Privada e Vida (Fenaprevi), Renato Russo, o número do levantamento feito pela Associação Nacional dos Bancos de Investimento (Anbid) impressiona, especialmente porque incorpora a pior fase de crise financeira que abalou o mundo. "Mesmo com o aumento dos saques nos últimos meses do ano passado, os números mostram que passamos ao largo da crise", afirma. Em todo o ano de 2008, a captação líquida dos fundos de previdência foi de R$ 9 bilhões. Só neste ano, as entradas superaram os resgates em R$ 7,8 bilhões até julho, o que mostra que boa parte da captação ocorreu ainda no ano passado - só em dezembro, melhor mês para a previdência, a captação líquida foi de R$ 2,8 bilhões. Dos recursos captados pela previdência em 12 meses, o grosso - R$ 17, 2 bilhões - foi para os fundos de renda fixa. "É um dado que surpreende, não entendo por que a renda variável ainda não reagiu", diz Russo. Até porque o Ibovespa já acumula alta de 50%. Para ele, uma das explicações pode estar na rentabilidade dos fundos de previdência de renda fixa, de 12,35% já líquidos de taxa de administração, acima do CDI. "Acho que as pessoas ainda estão satisfeitas com o retorno relativamente alto para a inflação". Mas se a taxa de juro se mantiver baixa, os investidores de previdência vão olhar os números de maneira mais crítica. A expectativa é de que essa migração comece a acontecer em breve, afirma. No primeiro semestre, de acordo com balanço divulgado nesta quarta-feira, dia 5, pela Fenaprevi, as contribuições (sem considerar saques) aos planos VGBL, PGBL e tradicionais atingiram R$ 16,7 bilhões, o equivalente a um crescimento de 9,56% em relação ao primeiro semestre do ano passado. O resultado foi impulsionado pelo VGBL, que recebeu aportes de R$ 12,8 bilhões no semestre, um aumento de 12,23% na mesma comparação. O PGBL, plano indicado para quem faz a declaração completa do Imposto de Renda, ficou praticamente estável, ao registrar contribuições de R$ 2,2 bilhões no período. Já os planos tradicionais atraíram R$ 1,7 bilhão em recursos. As provisões - recursos acumulados pelos participantes do sistema de previdência complementar - atingiram R$ 156,6 bilhões em junho, uma alta de 18,09% em 12 meses. As provisões dos planos VGBL tiveram o crescimento mais expressivo, de 25,14%, para R$ 81,7 bilhões. No PGBL, a expansão foi de 18,48%, para R$ 43 bilhões em junho. Os planos individuais responderam por contribuições de R$ 13,5 bilhões no acumulado de janeiro a junho, com evolução de 11,04% em relação a mesmo período de 2008. Já os planos corporativos atraíram R$ 2 bilhões, retração de 1,91%. Fonte: Valor Econômico