Price prevê regras mais rígidas

As seguradoras europeias escaparam da crise, mas vão ter regras ainda mais rígidas pela frente. A partir de 2012 entra em vigor a Solvência II, conjunto de normas prudenciais que vão exigir capital de acordo com o risco e ainda preveem maior poder de supervisão dos reguladores. Essas regras vêm ganhando a simpatia de outros países, inclusive o Brasil. Por isso, o cerco às seguradoras não deve ficar restrito à Europa. A avaliação é da inglesa Erica Nicholson, especialista da PricewaterhouseCoopers para o setor de seguros. A executiva, que fica em Londres, está no Brasil esta semana para se reunir com a Superintendência de Seguros Privados (Susep), a Confederação Nacional das Seguradoras (CenSeg) e algumas seguradoras. A Solvência II é um conjunto de normas semelhantes às regras da Basileia, criadas para os bancos. É um aperfeiçoamento das normas do Solvência I, lançadas nos anos 70. Em geral, exige uma adequação de capital de acordo com o risco. "Dependo do caso, uma seguradora que avaliar melhor seu risco pode precisar até de capital menor", diz Erica. Na Europa, os governos querem adotar um conjunto de regras comuns para todas os países, mas sem esquecer as especificidades de cada um. Erica Nicholson acha que o mesmo vale para países fora da Comunidade Europeia que queiram adotar as regras. "Solvência II tem um conjunto de normas básicas, mas cada país tem que olhar seu mercado." No caso do Brasil, por exemplo, há os títulos de capitalização, que só existem por aqui. No mercado europeu, há uma "briga" entre seguradoras e bancos por causa da crise. As primeiras não querem ser penalizadas por um problema que teve origem no setor bancário. Mas a executiva da Price diz que o objetivo das regras de solvência é fazer a empresa se antecipar a cenários, do melhor ao pior. "As seguradoras europeias passaram pela crise. Mas e se tivéssemos furações nesse período?" Fonte: Valor Econômico